O governo e a oposição da Venezuela se reuniram em Bruxelas com os presidentes da França, Argentina, Brasil e Colômbia, para discutir uma fórmula para que as eleições presidenciais do próximo ano sejam reconhecidas pela comunidade internacional, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, nesta terça-feira (18).

O encontro, realizado na noite de segunda-feira, foi convocado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e contou com a presença do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, do colombiano Gustavo Petro e do argentino Alberto Fernández, além do chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, participou da reunião, assim como o líder da oposição venezuelana, Gerardo Blyde.

Segundo Borrell, a discussão centrou-se em como “fazer as eleições avançarem de forma inclusiva, eleições livres que possam ser reconhecidas pela comunidade internacional”.

A Venezuela planeja realizar eleições presidenciais no ano que vem.

No encontro, Borrell voltou a oferecer o envio de uma missão de observação eleitoral à Venezuela, desde que o país siga as recomendações que os enviados de Bruxelas formularam após as últimas eleições.

Na semana passada, o principal negociador do governo e presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, descartou o envio de uma delegação eleitoral da UE para as eleições de 2024.

O envio dessa missão não ficou decidido, disse Borrell. “Apenas ofereci essa possibilidade”, afirmou.

Uma fonte da delegação francesa disse que Blyde participou do encontro “por iniciativa” de Macron.

Uma declaração conjunta, assinada por todas as partes, apontou que os líderes pediram “uma negociação política que leve à organização de eleições justas para todos, transparentes e, inclusive, que permitam a participação de todos aqueles que assim desejarem, em conformidade com a lei”.

Isso, acrescenta a nota, “deve estar acompanhado do levantamento das sanções de qualquer tipo, visando sua suspensão total”.

A UE enviou uma missão de observação à Venezuela no final de 2021 para as eleições regionais e municipais – as primeiras desde 2006 – e destacou os avanços, mas também criticou “a inabilitação arbitrária de candidatos”.

No início de julho, a UE expressou sua “profunda preocupação” com a inabilitação de pré-candidatos a cargos públicos na Venezuela, como a pré-candidata da oposição à presidência, María Corina Machado.

ahg/an/zm/aa