O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública nesta quarta-feira, 1º, devido às chuvas intensas que atingem o estado. De acordo com a Defesa Civil estadual, os temporais já deixaram ao menos dez mortos e 11 feridos.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que as chuvas, que afetam mais de 100 cidades, já prenunciam o “maior desastre da história” gaúcha em termos de prejuízo material. Segundo Leite, a situação é “pior” do que a registrada no ano passado, quando as inundações causaram mais de 50 mortes e grandes danos materiais.
“Infelizmente, este será o maior desastre que nosso estado já enfrentou. Infelizmente, será maior do que o que assistimos no ano passado”, afirmou Leite a coletiva de imprensa no início da noite em Porto Alegre.
Devastação
Além dos mortos e feridos, de acordo com informações da Defesa Civil, ao menos 21 pessoas continuavam desaparecidas até a noite de quarta-feira. Cerca de 19,1 mil pessoas foram afetadas em todo o estado. Destas, 3.416 tiveram que deixar suas casas e se alojar na casa de parentes, amigos ou em hospedagens. Outras 1.072 que não tinham para onde ir foram acolhidas em abrigos públicos.
Até o momento, 114 prefeituras reportaram ao governo estadual terem sido afetadas, seja por alagamentos, transbordamento de rios, deslizamentos ou outras consequências dos temporais. As aulas nas escolas da rede pública estadual também foram suspensas até esta sexta-feira.
A previsão do tempo é de que há risco de chuva por, pelo menos, mais 36 horas no Rio Grande do Sul.
“Estamos vivendo um momento muito crítico no estado”, acrescentou Leite antes de usar expressões como “guerra” e “caos” para se referir à situação. De acordo com o governador, deslizamentos de terras estão ocorrendo em boa parte do estado e barragens estão sendo monitoradas, embora ainda não haja evidência de risco de rompimento dessas estruturas.
Apoio do governo federal
Leite relatou ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve visitar o estado nesta quinta-feira. “Mais do que o apoio do governo federal e das Forças Armadas, pedi a efetiva participação e a liderança daqueles que têm treinamento para uma situação de caos e de guerra como a que estamos enfrentando no estado. São problemas que exigem especial capacitação, treinamento e equipamentos para fazer os salvamentos. Por isso, tenho apelado ao governo federal para termos não só o apoio – que está sim sendo oferecido – mas também a liderança e coordenação efetiva deste processo, pois eu não tenho ascendência sobre as Forças Armadas para dar a articulação e organização necessárias”, enfatizou.
Segundo o Ministério da Defesa, desde esta quarta-feira, 335 militares da Aeronáutica, Exército e Marinha foram mobilizados para prestar apoio à população gaúcha, com ajuda de 12 embarcações, cinco helicópteros e 43 viaturas, além de equipamentos para transporte de material e pessoal. Os governos de outros estados, como São Paulo e Santa Catarina, também ofereceram ajuda.
Lula divulgou nas redes sociais a conversa que teve com Leite, anunciou sua visita ao estado e afirmou que oito helicópteros das Forças Armadas estão prontos para apoiar ações de resgate de famílias ilhadas, mas que não conseguem decolar devido às condições climáticas.
(EBC, ots)