O governo do estado do Rio de Janeiro flexibilizou neste sábado (6) as medidas de confinamento para evitar a propagação do novo coronavírus, uma decisão que gerou controvérsia entre os fluminenses.

Um decreto assinado pelo governador Wilson Witzel e publicado na noite de sexta-feira autoriza a reabertura parcial de bares, restaurantes, centros comerciais e algumas atividades esportivas.

O Rio, com mais de 6.400 mortes e 63.000 contágios, é o segundo estado com maior número de vítimas da pandemia no Brasil. No entanto, o governo justificou sua decisão argumentando indicadores sanitários como o número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave, os diagnósticos confirmados e a taxa de incidência de casos.

“Com as medidas restritivas que estabelecemos em 16 de março, e que começam a diminuir a partir deste sábado por decreto, salvamos mais de 46.000 vidas”, escreveu Witzel no Twitter.

Na manhã deste sábado foi possível ver um maior movimento de pessoas nas praias da capital, onde o prefeito, Marcelo Crivella, já tinha anunciado esta semana uma reabertura “lenta, gradual e com segurança” em seis etapas. Bares e restaurantes, no entanto, ainda não estão autorizados a funcionar na cidade.

“A COVID é uma coisa terrível, muita gente morreu, mas eu acho que já houve contaminação suficiente para a curva virar. Então, já está na hora de abrir tudo”, disse Rodolfo Pereira, advogado de 62 anos que saiu à rua neste sábado.

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No entanto, nem todos expressaram a mesma segurança com a volta das atividades comerciais.

Roberto da Silva, um vendedor de 42 anos, disse que “é um pouco cedo ainda para abrir tantas coisas. Estamos com uma doença muito grave por aí, então eu acho que é precipitado abrir tudo de uma vez”.

O decreto do governo do estado destaca que todos os estabelecimentos abertos devem seguir protocolos sanitários como o distanciamento social, o uso de máscaras e de álcool em gel.

Com mais de 600.000 casos e 35.000 mortes, o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de contagiados e o terceiro em óbitos.

O Ministério da Saúde adotou uma nova política para divulgação dos casos de COVID-19 no país, restringindo os dados totais das vítimas e fazendo com que os números regionais só possam ser vistos nos portais das secretarias de saúde.


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