As atividades na maior mina de cobre a céu aberto da América Central, pertencente à companhia canadense First Quantum Minerals, terminaram, informou, nesta terça-feira (19), o ministro do Comércio do Panamá, Jorge Rivera.

“As atividades de extração, processamento e comercialização do mineral terminaram por completo”, disse Rivera durante uma coletiva de imprensa para apresentar o plano de fechamento da mina.

“Devemos realizar um encerramento imediato das operações”, embora haja “atividades mínimas de preservação ambiental e de gestão segura das instalações, que não podem ser concluídas do dia para a noite”, acrescentou Rivera.

Embora não tenha informado datas precisas, segundo o ministro panamenho, o governo tem a intenção de iniciar a elaboração de um plano de fechamento da mina para o segundo trimestre de 2024.

A First Quantum suspendeu as operações no Panamá depois que a Suprema Corte do país declarou inconstitucional, em 28 de novembro, o acordo que a empresa havia fechado com o governo para explorar a mina por 20 anos prorrogáveis.

Esta decisão judicial ocorreu mais de um mês depois de protestos multitudinários contra o acordo alcançado entre o governo e a empresa canadense para continuar com as operações, iniciadas no país centro-americano em 1997.

A mina de cobre a céu aberto, considerada a maior da América Central, fica no Caribe panamenho. Desde 2019, produzia cerca de 300.000 toneladas de concentrado de cobre ao ano, que representavam 75% das exportações panamenhas e 5% do PIB do país.

Além disso, empregava diretamente 7.000 trabalhadores e tinha outros 33.000 funcionários indiretos.

No entanto, grupos ambientalistas e organizações sindicais acusaram a mineradora de causar sérios danos ao meio ambiente.

O contrato também contemplava aportes ao Estado de pelo menos 375 milhões de dólares ao ano (R$ 1,82 bilhão, na cotação atual), dez vezes mais que o acordo original, mas seus críticos consideraram estas regalias insuficientes.

A empresa, que começou a pagar no último sábado as rescisões de milhares de trabalhadores, iniciou um processo arbitral internacional em Miami, Estados Unidos, em virtude do Tratado de Livre Comércio entre Panamá e Canadá.

Se o país centro-americano perder a arbitragem, pode ser obrigado a pagar indenizações bilionárias.

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