O governo do México disse nesta segunda-feira (18) que há quase 100 mil desaparecidos no país, e afirmou que cerca de 20 mil pessoas foram encontradas desde agosto do ano passado.

“Atualmente há 99.729 pessoas que ainda estamos em processo de busca”, disse em coletiva de imprensa a secretária de governo, Luisa María Alcalde.

Ela revelou os dados atualizados do registro de desaparecidos. Esses números renderam críticas ao governo do presidente Andrés Manuel López Obrador por parte de coletivas de busca e da oposição, que o acusam de tentar disfarçar as cifras.

Segundo a explicação de Alcalde, o governo localizou 20.193 pessoas entre agosto de 2023 – quando apresentou um primeiro censo – e 15 de março deste ano.

Desses indivíduos localizados, 86% não foram vítimas de nenhum crime, de acordo com o governo. “Na grande maioria dos casos, são ausências voluntárias”, disse Alcalde.

Dezenas de coletivos de busca acusaram o governo de passividade diante da crise desaparecidos no México.

Centenas de famílias vão para áreas remotas do país com pás e picaretas por conta própria em busca dos restos de seus entes queridos. No caminho, vários desses familiares foram assassinados.

O registro de desaparecidos do México inclui casos desde 1962, mas a grande maioria das desaparições ocorreu desde 2006, quando o governo federal lançou uma polêmica operação militar antidrogas.

Um dos casos mais emblemáticos é o desaparecimento de 43 estudantes de uma escola de Ayotzinapa (estado de Guerrero, sul), em setembro de 2014.

Segundo números oficiais, desde dezembro de 2006, foram contabilizados mais de 450 mil assassinatos, a maioria vítimas de atos criminosos, além dos desaparecidos.

yug/mel/ic/am