O governo do Distrito Federal promete recorrer nesta quinta-feira da decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Caio Cesar Rocha, de interditar o estádio Mané Garrincha, em Brasília, para receber jogos de futebol. O órgão público garante que a arena tem plenas condições de segurança e afirmou que a punição não afeta a realização de partidas do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos do Rio.

“Estou em contato com o representante jurídico do Flamengo para tentar derrubar essa liminar. O estádio foi construído recentemente, tem padrões Fifa de segurança e laudos entregues à CBF. Então, vamos demonstrar isso para o tribunal”, afirmou o secretário de Turismo do Distrito Federal e responsável pelo estádio, Jaime Recena. “Vamos ter a oportunidade de na defesa, mostrar que todos os protocolos de segurança foram cumpridos.”

A interdição foi uma resposta ao incidente do último domingo, no intervalo do jogo entre Flamengo e Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro. Membros de uma organizada do clube paulista tentaram invadir a área destinada à torcida adversária e foram contidos pela Polícia Militar, que usou spray de pimenta. A substância foi espalhada pelo vento e chegou a afetar outros torcedores e a atrasar o início do segundo tempo, pois os jogadores tiveram dificuldades para respirar.

De acordo com o secretário, o tumulto danificou lixeiras, cadeiras e extintores do estádio, prejuízo que ficou abaixo de R$ 2 mil. O intuito do governo é, nas próximas partidas na arena, aprimorar a separação das torcidas, com medidas como reduzir a área destinada para torcida mista. “Já tivemos desde janeiro do ano passado mais de 30 partidas de futebol no estádio, sempre em um ambiente tranquilo. Se fosse um local inseguro, já teríamos enfrentado outros problemas”, disse.

Recena garantiu que a determinação do STJD não vai interferir na realização de dez partida em Brasília do torneio olímpico de futebol. “A interdição vale somente para jogos organizados pela CBF. Não altera a programação para os Jogos Olímpicos, nem para outros eventos”, explicou.

O secretário classificou o tumulto de domingo como um incidente e garantiu que como 90% do estádio é coberto pelo sistema de câmeras de segurança, foi possível identificar e agir rapidamente contra a confusão. “Foi uma ação provocada por um pequeno grupo de torcedores que são vândalos. Eles furaram dois bloqueios. Tínhamos mais de 380 seguranças privados, além de um efetivo de mais de 300 policiais”, contou.