Apesar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski ter dado um prazo de 48 horas para que o Ministério da Saúde informe a data de início e de término da vacinação contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirma que seu cronograma depende do aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para as vacinas. As informações são da Folha.

Segundo reportagem do jornal, a posição do governo foi manifestada por Bolsonaro em reuniões ao longo desta segunda-feira (14) e repetida pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a auxiliares.

A decisão de Lewandowski foi emitida no domingo (13), depois que o Ministério da Saúde divulgou um plano de vacinação sem datas de início e de término da imunização.

Interlocutores disseram à Folha que dificilmente o governo conseguirá iniciar a imunização de grupos prioritários ainda em dezembro, mesmo que algum registro de uso emergencial seja concedido nos próximos dias.

Embora o governo tenha acordos para a aquisição de vacinas, algumas ainda estão com estudos em andamento, e outras não pediram aval para uso emergencial. Outro fator que dificultaria um início rápido da imunização é a baixa previsão de entrega imediata de doses de certas vacinas.

O imunizante da Pfizer, por exemplo, apesar de já ter recebido aprovação para uso emergencial em alguns países, prevê apenas 2 milhões de doses para o primeiro trimestre de 2021, de acordo com o plano divulgado pelo governo.

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Certificação definitiva

Nesta segunda-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse em entrevista coletiva que entregará um estudo conclusivo do Instituto Butantan sobre a Coronavac no dia 23 deste mês, assim como um pedido de registro definitivo, no mesmo dia, à Anvisa, para garantir a agilidade no processo de certificação da vacina.

Com essa estratégia, a vacina não deverá ter certificação para uso emergencial, mas definitivo e poderá ser exportada para outros países. A mesma solicitação – de registro definitivo – será igualmente levada à NMPA (National Medical Products Administration), instituição chinesa responsável pela regulação de medicamentos.

Segundo o governador, a decisão atende a uma recomendação do comitê internacional independente que acompanha a pesquisa desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan e a biofarmacêutica Sinovac Biotech, da China.


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