O governo brasileiro assegurou nesta quarta-feira (16) que haverá hospedagem “para todos” durante a COP30 e ofereceu “preços acessíveis” para as delegações dos países em desenvolvimento, em resposta às críticas sobre os custos da acomodação durante o evento.
Por decisão do Brasil, que preside neste ano a cúpula climática mais importante da ONU, a COP será realizada pela primeira vez na Amazônia, em Belém, uma cidade de 1,3 milhão de habitantes com capacidade hoteleira limitada.
“Vamos ter imóveis suficientes (…) para todos. Não tenham dúvida disso. Só precisamos achar os valores adequados para cada público”, disse a jornalistas o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disponibilizou uma plataforma virtual na qual as delegações de um grupo de 98 “países em desenvolvimento e países insulares” têm acesso a 1.500 acomodações por um valor de até US$ 220 (R$ 1.225) por noite, detalharam os organizadores do evento, que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro.
“Estamos garantindo que todos (os países em desenvolvimento) possam vir a preços acessíveis em condições que possam trazer os seus negociadores”, explicou Correia.
Representantes dos demais países poderão reservar outros 1.000 quartos nessa mesma plataforma, por até US$ 600 (R$ 3.340) a diária, detalhou o secretário.
Segundo ele, o governo está “em negociação com a rede privada” para definir “preços razoáveis” nas demais acomodações.
No fim de junho, durante as reuniões preparatórias da COP30, vários países expressaram preocupação com os altos preços para se hospedar em Belém.
Nos últimos meses, alguns hotéis estavam oferecendo diárias por US$ 1.400 (R$ 7.800). Na plataforma de hospedagem Airbnb, alguns valores ultrapassavam essa cifra, segundo constatou a AFP.
Serão necessários cerca de 20 mil quartos para todas as delegações. Os organizadores já “identificaram” cerca de 30 mil acomodações (incluindo 3.900 cabines em dois cruzeiros) para cobrir essa demanda e também a das organizações da sociedade civil que participarão, segundo o secretário Correia.
Além de cruzeiros, hotéis e residências particulares, os organizadores adaptarão universidades e escolas.
Correia reafirmou que o evento acontecerá em Belém, apesar de pedidos de alguns países para que ele fosse transferido para uma cidade maior.
“Quem define isso somos nós, e o presidente Lula já decidiu que será em Belém e será em Belém”, declarou o secretário.
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