Um dia após o ataque em Nice, na França, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, disse que o governo vai “revisar” as medidas de segurança e tomar uma “série de novas providências” para a Olimpíada. Entre as ações, estão mais “postos de controle, barreiras e restrições no trânsito”.

Na última quinta-feira, um caminhão foi atirado contra pessoas nas ruas de Nice, durante as festividades do Dia da Bastilha. De acordo com as últimas atualizações, 84 pessoas morreram e cerca de 50 estão feridas gravemente. O motorista do caminhão, identificado como Mohamed Lahouaiej Bouhlel, de 31 anos, foi morto pela polícia.

O presidente em exercício Michel Temer, que está em São Paulo, adiantou o seu retorno a Brasília para uma reunião de emergência às 16 horas, no Palácio do Planalto, com Etchegoyen e os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Alexandre de Moraes. Eles vão discutir a segurança nos Jogos Olímpicos do Rio.

“Obviamente que nossas preocupações subiram de patamar. E já estamos desde então, os três órgãos, ajustando a revisão de todo o nosso dispositivo de segurança. Para que possamos identificar eventuais lacunas”, declarou. Segundo o ministro, o governo vai trocar “um pouquinho de conforto por muita segurança”. Como exemplo, o ministro disse que as pessoas poderão ter que caminhar mais para chegar aos estádios.

Para o ministro, o primeiro grande ensinamento do ataque de quinta foi “simplicidade” logística com que foi efetuado. “Não se trafica um caminhão, não se atravessa fronteiras, enfim, e ele foi usado como uma arma terrível. Isso nos traz preocupações adicionais. Nós estamos revisando o planejamento não porque ele esteja mal feito, mas porque nós temos o dever de revisar todos os nossos procedimentos.”

Etchegoyen reiterou que “não há dúvida de que País está pronto” para a Olimpíada. “Temos pela frente um enorme desafio, mas temos também um legado de boas práticas”, reiterou.

Para fazer as revisões na segurança brasileira, informou o ministro, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) trocará informações com representantes franceses. Ele negou que haja um alerta de segurança específico para a delegação francesa. Etchegoyen disse ainda que um oficial de inteligência da Abin para Paris e eventualmente a Nice para buscar “no terreno as lições aprendidas” com o ataque. “Nosso intercâmbio com os franceses é muito bom, eles têm nos ajudado muito.”

Questionado se o GSI estuda a ameaça de algum grupo terrorista, o ministro afirmou que Brasil não “foca nesta ou naquela organização”, mas não descartou a possibilidade de ocorrências. Ainda assim, ele voltou a afirmar que “não há nenhum risco de que a nossa segurança seja ultrapassada pelos fatos”.