O governo do Panamá decretou emergência nesta terça-feira em uma província onde a subsidiária da empresa americana Chiquita Brands demitiu cerca de 5 mil funcionários devido a uma greve que resultou em um prejuízo milionário.
A medida se aplica à província de Bocas del Toro, onde a empresa de bananas possui uma unidade cujos funcionários iniciaram há um mês uma greve contra a reforma das pensões aprovada em março pelo Congresso panamenho. Os grevistas bloquearam estradas, o que causou escassez de combustível e alimentos e fez as escolas suspenderem as aulas.
“O estado de emergência não implica, em hipótese alguma, intervir para a abertura dos bloqueios”, destacou o ministro da Presidência, Juan Carlos Orillac, ao anunciar a medida, aprovada em reunião do gabinete do presidente José Raúl Mulino. O estado de emergência permite que o governo agilize processos burocráticos durante crises econômicas ou sociais.
A empresa, que empregava mais de 7 mil trabalhadores, demitiu na semana passada cerca de 5 mil por “abandono injustificado do trabalho” em sua unidade de Changuinola. A greve causou “danos irreversíveis à produção de banana” e gerou um prejuízo superior a US$ 75 milhões, ressaltou.
“Vamos tentar conversar com as pessoas que estão bloqueando as áreas e, obviamente, tentar levar uma solução no que for possível da parte do governo”, disse Orillac.
Uma delegação do governo panamenho negocia com os sindicatos, que pedem a aprovação de uma lei que restaure os benefícios concedidos, segundo eles, pela normativa anterior sobre pensões e serviços de saúde.