Governo de Trump comunica a 530 mil imigrantes o fim do status humanitário

O governo do presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (12) que começou a informar mais de meio milhão de imigrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela que seu visto de permanência temporária foi cancelado e os incentiva a “autodeportar-se”.

Em 2022, o governo do democrata Joe Biden concedeu um parole humanitário para que um número limitado de venezuelanos pudesse entrar legalmente nos Estados Unidos, e em 2023 ampliou a medida para incluir cidadãos do Haiti, Cuba e Nicarágua.

No dia 20 de janeiro, dia de sua posse, seu sucessor republicano Trump assinou um decreto para pôr fim à medida.

Em maio, a Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou o governo a revogar esse status legal enquanto o caso segue em tramitação nas instâncias judiciais inferiores.

Em comunicado, o Departamento de Segurança Interna (DHS, sigla em inglês) afirmou que começou a enviar notificações sobre o cancelamento aos estrangeiros beneficiados pelo programa, também chamado de CHNV, pelas iniciais dos países contemplados.

As mensagens “serão enviadas para os endereços de e-mail” dos beneficiários e os informarão que “sua autorização de trabalho (…) foi revogada, com efeito imediato”, acrescenta a nota.

“O DHS encoraja qualquer estrangeiro em situação irregular que resida nos Estados Unidos a autodeportar-se por meio do aplicativo móvel CBP Home”, insiste o comunicado.

“O governo Biden mentiu aos Estados Unidos. Permitiu que mais de meio milhão de estrangeiros de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, e seus familiares diretos, com uma checagem deficiente, entrassem nos Estados Unidos através desses programas desastrosos”, afirma Tricia McLaughlin, porta-voz do DHS, citada no comunicado.

“Eles ofereceram oportunidades para competir por empregos com os cidadãos americanos e prejudicaram os trabalhadores americanos”, acrescenta, e considera que o “fim” desses programas está alinhado com o lema “América Primeiro”, de Trump.

A concessão do parole humanitário exigia uma série de requisitos, como passar por uma verificação de antecedentes criminais, ter um patrocinador no país que oferecesse apoio financeiro e estar vacinado.

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