Mesmo com os números, no mínimo preocupantes da pandemia no País, o Governo de São Paulo e a Federação Paulista de Futebol (FPF) não consideram, pelo menos por agora, a possibilidade da paralisação do futebol no estado, assim como aconteceu no último ano.

O estado registrou na última terça-feira (2) 468 óbitos por Covid-19, um recorde de mortes diárias pela doença. Ao todo, São Paulo já registrou mais de 60 mil mortes causadas pelo novo coronavírus.

Para se ter uma ideia da quantidade de vidas perdidas, as vítimas da doença não caberiam em estádios como a Neo Química Arena ou o Allianz Parque. Os mortos praticamente lotariam o estádio do Morumbi.

Na última quarta-feira (3), o governador João Dória voltou a colocar todo o estado na fase vermelha do Plano São Paulo a partir do próximo sábado (6). Com isso, somente serviços essenciais poderão funcionar.

Quando o endurecimento das restrições foram colocados em prática no início da pandemia em 2020, o futebol foi logo considerado uma atividade não essencial e os campeonatos paralisados. No entanto, até o momento, as autoridades paulistas ainda não consideram a situação complicada o bastante para fazer a bola deixar de rolar nos estádios.

Com um calendário apertado, os times paulistas já deram início ao Paulistão deste ano. O torneio regional ocorre com a movimentação das delegações pelo estado, ainda que sem públicos nos estádios, enquanto regiões do interior paulista como Araraquara, Bauru e Presidente Prudente registram mais de 90% de ocupação das UTIs.

Exemplo europeu

Levando em consideração as medidas adotadas no futebol europeu, José Medina, do Centro de Contingência do governo paulista, disse na última quarta que vai usar a política adotada nos campeonatos da Europa como base para o estado.

“Até esse momento, vai seguir o mesmo modelo da Europa, com vários países que instituíram lockdown e mantiveram a atividade de futebol, atividade esportiva sem plateia. Até o momento, a decisão é manter as atividades, como vem seguido em Portugal, Inglaterra, Estados Unidos, onde essa atividade, bastante controlada, foi mantida, até porque a população precisa de algum tipo de diversão, de entretenimento durante esse período tão duro”, disse Medina.

Vale lembrar que como o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu aos estados e municípios o poder de decretar o lockdown ou não, algumas regiões levam em consideração o número de infecções e a ocupação do sistema de saúde para tomar medidas.

Após registrar 99% de ocupação das UTIs do estado, o campeonato catarinense foi interrompido nesta quinta-feira (4) por pelo menos 15 dias. Assim como no Sul, o Ceará também optou pela suspensão das partidas do estadual, mas liberou que os clubes cearenses disputem partidas da Copa do Brasil e da Copa do Nordeste.