Governo de SP adota cautela sobre data de vacinação

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O Brasil está na linha de frente na busca pela vacina Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan Foto: Divulgação

SÃO PAULO, 19 OUT (ANSA) – O governo de São Paulo adotou nesta segunda-feira (19) um tom mais cauteloso em relação à vacinação contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) e explicou que ainda não é possível confirmar quando o medicamento ficará disponível para a população.

Durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, informou que, apesar das perspectivas serem “otimistas”, não é possível “dar data precisa de quando isso vai acontecer”. “Esperamos que até o final desse ano”, disse.

A declaração é dada semanas depois que o governador João Doria declarou que a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butatan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, poderia estar disponível para imunizar os profissionais de saúde a partir do dia 15 de dezembro, após a aprovação nos testes e dos órgãos regulatórios.

Apesar da incerteza da data, estudos clínicos com 9 mil voluntários com idade entre 18 e 59 anos no Brasil mostram que apenas 35% tiveram reações adversas leves após a aplicação, como dor no local da aplicação, e nenhum efeito colateral grave.

De acordo com dados, a incidência de eventos adversos entre os voluntários do Butantan foi de 35% contra ao menos 70% nas outras vacinas testadas. A comparação foi realizada com resultados das pesquisas de outras quatro vacinas testadas no mundo: Moderna, Pfizer/BioNTech, AstraZeneca e CanSino.

Os dados também revelam que não foram registradas reações de grau 3, que são consideradas mais graves. Somente 0,1% dos participantes tiveram febre. Covas explicou que “as outras reações foram insignificantes do ponto de vista estatístico”, sendo a “dor de cabeça” a mais frequente. “Os outros sintomas foram muito baixo”.

O estudo no Brasil foi iniciado em 21 de julho e prevê a participação total de 13 mil voluntários, todos profissionais da saúde que atuam no atendimento a pacientes com Covidd-19. Todos eles estão sendo acompanhados pelos 16 centros de pesquisa distribuídos por sete estados e o Distrito Federal.

A partir deste mês, a testagem do potencial imunizante contra o coronavírus está sendo ampliada para voluntários idosos, portadores de comorbidades e gestantes.

– Vacinação Obrigatória Hoje, o presidente Jair Bolsonaro reafirmou que a vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) não será obrigatória e disse que os países que oferecem o medicamento deveriam aplica-las antes em sua população.

Fazendo referência ao governador de São Paulo, João Doria, o presidente ressaltou que “tem um governador aí que está se intitulando o médico do Brasil, dizendo que a vacina será obrigatória. Repito que ela não será”.

“Tem que ter comprovação científica. O país que está oferecendo esta vacina primeiro tem que vacinar em massa os seus e depois oferecer para os outros países”, defendeu. (ANSA)