O governo da Síria criticou, neste sábado (28), o relatório da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) que o responsabiliza por um ataque com cloro em 2018 na cidade de Douma, onde morreram 43 pessoas.

O relatório da Opaq, publicado ontem, afirma que “existe uma base razoável para pensar que a aviação síria realizou o ataque com armas químicas de 7 de abril de 2018 em Douma”, situada na periferia da capital Damasco.

“A Síria rejeita totalmente as conclusões do relatório” da Opaq “sobre o suposto uso” de cloro nessa localidade controlada na época por grupos rebeldes, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da república árabe em comunicado, citado pela agência de imprensa oficial SANA.

“Faltam ao relatório provas científicas”, argumentou o ministério, ao denunciar que o mesmo tem “conclusões falaciosas”.

Em abril de 2018, os países ocidentais acusaram o regime de Bashar al Assad desse ataque “horrível”.

Poucos dias depois, Estados Unidos, França e Reino Unido bombardearam vários lugares que, segundo estes países, faziam parte do programa de armamento químico do governo sírio.

Na época, Damasco denunciou que o “suposto” ataque com cloro era uma encenação por parte dos socorristas, uma afirmação que foi rejeitada pela Opaq.

Os investigadores da organização internacional analisaram “uma série de cenários possíveis” e chegaram à conclusão de que “a força aérea síria” realizou o ataque.

O regime sírio negou o uso de armas químicas e garantiu que havia dado todas as suas reservas deste armamento após o acordo de 2013, alcançado após um suposto ataque com gás sarin no qual morreram 1.400 pessoas em Ghouta, na periferia de Damasco.

A guerra na Síria, iniciada com a repressão governamental da Primavera Árabe no país e da qual participaram grupos jihadistas, provocou cerca de meio milhão de mortos e milhões de refugiados.