O governo espanhol autorizou nesta terça-feira a extradição para o Peru do ex-juiz da Suprema Corte César Hinostroza, suspeito de ter liderado uma ampla rede de corrupção, informou o Ministério da Justiça.

O Conselho de Ministros do governo Pedro Sánchez “aprovou a extradição de César José Hinostroza Pariachi, juiz do Supremo Tribunal do Peru, por fatos que constituam possíveis crimes de tráfico de influência e negociações proibidas a autoridades”, afirmou o comunicado do ministério.

Sua entrega não será imediata, já que a justiça espanhola estuda um segundo pedido de extradição recebido em fevereiro, que expandiu os crimes contra Hinostroza para incluir um suborno que o ex-juiz teria feito por um funcionário para permitir sua fuga do Peru.

“Vamos respeitar a decisão do sistema de justiça espanhol”, disse Hinostroza à rádio peruana RPP, embora tenha lembrado que a decisão sobre o pedido de asilo político e proteção internacional que ele tomou em 2018 também está pendente.

Naquele ano, em 19 de outubro, o ex-juiz de 63 anos foi detido em Madri, doze dias depois de deixar seu país, cruzando para o Equador e dali tomando vários aviões para chegar à capital espanhola.

Hinostroza estava na prisão provisória até abril de 2019, quando a justiça espanhola considerou que não havia risco de fuga e concedeu a ele liberdade condicional.

Um mês depois, em maio de 2019, a Audiencia Nacional, um tribunal superior de Madri competente em matéria de extradição, autorizou a entrega do ex-juiz, alegando que os atos que lhe eram imputados “seriam equivalentes à influência do tráfico na Espanha”.

O tribunal rejeitou as alegações de Hinostroza, que denunciou perseguição política pelo governo peruano.