Representantes do governo da Colômbia mantiveram conversas de paz com guerrilheiros dissidentes das Farc nesta sexta-feira (25), um dia após matarem 13 policiais em um ataque com drones e fuzis, confirmou nesta segunda-feira (25) o órgão encarregado dos diálogos.
Na quinta-feira, os rebeldes liderados pelo homem conhecido como “Calarcá” derrubaram um helicóptero policial e enfrentaram uma missão de erradicação de cultivos de drogas em Antioquia.
A reunião entre as partes no dia seguinte nas montanhas do Vale do Yarí provocou uma chuva de críticas da oposição e de alguns governantes locais.
Foi “um encontro grande (…) no qual estiveram os delegados das Farc-EP (…) com o objetivo de coletar insumos para o sétimo ciclo” de conversas, explicou à AFP um representante do alto comissário para a Paz.
Horas após o ataque em Antioquia, outro grupo dissidente liderado por “Iván Mordisco” explodiu um caminhão-bomba que matou seis pessoas e deixou mais de 60 feridos em Cali, em um dos dias mais violentos de 2025.
Ambas dissidências, em conflito uma com a outra, rejeitaram o acordo de paz de 2016 que desarmou grande parte das Farc.
O braço liderado por Calarcá mantém negociações com o governo do esquerdista Gustavo Petro, embora sem avanços concretos.
A menos de um ano de deixar a presidência, Petro parece longe de conseguir desarmar os grupos criminosos colombianos.
“Como pode ser que um dia após haver assassinado 13 policiais e sem considerar todo o histórico terrorista do codinome Calarcá, o governo nacional diga que reabre as negociações com um criminoso de tal calibre?”, questionou no X o governador de Antioquia, Andrés Julián Rendón.
O governo, por sua vez, lançou uma operação especial em Cali e prometeu proteger a população contra “o terrorismo e o crime”.
Após o desarmamento das Farc, houve um vazio de poder nos territórios aproveitado por grupos guerrilheiros dissidentes, paramilitares e cartéis que brigam para controlar o narcotráfico, a extorsão e a mineração ilegal.
As dissidências estão entre os suspeitos pelo assassinato de Miguel Uribe, pré-candidato de direita morto a tiros. Em meio aos alertas sobre a segurança dos candidatos, espera-se que a violência seja um aspecto central para as presidenciais de 2026.
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