O governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN) ratificaram em Havana sua intenção de prorrogar o cessar-fogo a partir de 30 de janeiro, após o acordo alcançado no México, segundo um documento divulgado pelas duas partes nesta quarta-feira (24).

“O Governo da República da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional – ELN expressamos a intenção de prorrogar o Cessar-Fogo Bilateral Nacional e Temporário”, em vigor desde agosto, indica um dos pontos do texto assinado na terça-feira em Havana que detalha os acordos alcançados em dezembro no México.

Durante a quinta rodada de negociações de paz, que ocorreu na capital, também se informou que a guerrilha guevarista se comprometeu a suspender os sequestros em troca de resgate.

O documento divulgado nesta quarta revela que as duas partes determinaram “anunciar publicamente a decisão do ELN de suspender as retenções com fins econômicos, segundo a denominação do ELN, vinculada à prorrogação do Cessar-Fogo Bilateral, Nacional e Temporário (CFBNT) que se tornará efetiva em 30 de janeiro de 2024”.

O cessar-fogo temporário e nacional por seis meses, que foi acordado em junho em Havana, entrou em vigor em 3 de agosto e terminará em 29 de janeiro.

Esse acordo ajuda a superar a crise causada pelo sequestro, em 28 de outubro, do pai do astro do futebol colombiano Luis Diaz, que foi libertado 12 dias depois.

As negociações rotativas de paz com o ELN, que, segundo números da Inteligência, contava com 5.851 membros, se iniciaram em Caracas em novembro do ano passado.

O ex-presidente Iván Duque (2018-2022) suspendeu as conversas com o ELN após um atentado que deixou vinte mortos em uma escola da Polícia.

Com sua chegada ao poder em agosto de 2022, o presidente Gustavo Petro (esquerda) lançou um ambicioso plano de Paz Total que também inclui negociações com grupos rebeldes e as organizações armadas do narcotráfico.

Em 14 de janeiro, o governo estendeu a trégua com o denominado Estado Maior Central (EMC), principal grupo de dissidentes da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Esse grupo rejeitou o histórico acordo de paz de 2016 com as Farc.

A Colômbia é um país atravessado por seis décadas de conflito armado que já deixou 9,5 milhões de vítimas entre deslocados, mortos, sequestrados e desaparecidos.

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