O governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN) acordaram estender em uma semana as negociações para ampliar o cessar-fogo bilateral que expira nesta segunda-feira (29), informaram as partes em Havana.

“Levando em conta que no dia de hoje, 29 de janeiro de 2024, expira” o cessar-fogo, “se dará continuidade até 5 de fevereiro”, para tentar prorrogar a trégua, que entrou em vigor em 3 de agosto, por seis meses, indica o acordo publicado pelas duas delegações no X, antigo Twitter.

O ministro da Defesa da Colômbia, Iván Velázquez, deixou Havana nesta segunda-feira, após participar no fim de semana das negociações iniciadas em 22 de janeiro nesta capital, indicou a delegação do governo em outra mensagem no X.

Na semana passada, as duas delegações haviam dito que a ampliação do cessar-fogo se tornaria efetiva a partir de 30 de janeiro, sem dar detalhes.

Essa prolongação começou a ser negociada depois que o ELN se comprometeu a suspender os sequestros em troca de resgate durante a quinta rodada de negociações de paz celebrada em dezembro no México.

O acordo do México conseguiu superar a crise pelo sequestro, em 28 de outubro, do pai do astro do futebol colombiano Luis Díaz, que foi posto em liberdade 12 dias depois.

Mas, neste fim de semana, Pablo Beltrán, chefe da delegação negociadora do ELN reclamou em uma mensagem no X de “que as operações contra o ELN não acabaram”.

Beltrán responsabilizou o Clã do Golfo e as dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que, segundo ele, “operam em conjunto com o Exército colombiano”.

Esse grupos dissidentes rejeitaram em 2016 o acordo histórico de paz entre as Farc e o governo.

As negociações rotativas de paz com o ELN, que, segundo números oficiais, conta com mais de 5.000 membros, se iniciaram em Caracas em novembro de 2022 sob a liderança do presidente Gustavo Petro, que lançou um plano de Paz Total com grupos rebeldes e organizações do narcotráfico.

Seu antecessor, Iván Duque (2018-2022), havia suspendido as conversas com o ELN após um atentado em uma escola de policiais.

Em 14 de janeiro, o governo de Petro estendeu a trégua com o denominado Estado Maior Central (EMC), principal grupo de dissidentes das Farc.

A Colômbia é um país atravessado por seis décadas de conflito armado que já deixaram 9,5 milhões de vítimas entre deslocados, assassinados, sequestrados e desaparecidos.

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