O governo da Colômbia está disposto a adiar a instalação de diálogos de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), prevista para esta quinta-feira (27) em Quito, até ter “certeza” da libertação de um ex-congressista em poder dessa guerrilha – afirmou o ministro do Interior.
“Se não se pode fazer a instalação no dia de hoje (quinta-feira), o governo (de Juan Manuel Santos) está pronto para fazer isso amanhã, ou sábado, ou no momento em que tivermos certeza da libertação de Odín Sánchez”, disse à imprensa o ministro Juan Fernando Cristo, enfatizando que essa “decisão” foi tomada pelo presidente.
“Vamos esperar para ver. Não podemos antecipar nada. Instalaremos quando tivermos certeza de que Odín Sánchez está são e salvo, libertado pelo Exército de Libertação Nacional (ELN)”, reiterou o ministro, após destacar que o governo não tem “notícia certa sobre o processo de libertação” desse político do departamento de Chocó (noroeste), mantido como refém pelos rebeldes desde abril.
Embora “haja contato com o ELN, que assegura que está à toda disposição e que está em andamento (…)”, as autoridades não dispõem de informação que permita confirmar essa notícia ao país, apontou.
Os negociadores de paz do governo com o ELN “não viajaram nem viajarão (a Quito) até que se tenha certeza” da entrega de Sánchez, completou.
Homenageado com o Prêmio Nobel da Paz, Manuel Santos se prepara para negociar com o ELN, enquanto busca salvar o processo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), depois do golpe eleitoral de 2 de outubro. Nessa data, o histórico acordo selado com o grupo rebelde foi rejeitado em um referendo.
A Colômbia chora mais de 260.000 mortos em meio século de violência, que envolveu guerrilhas, paramilitares e agentes da força pública.