O governo da Colômbia expressou, nesta sexta-feira (2), sua “disposição” para retomar os diálogos de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), “congelados” pela guerrilha, e estender o cessar-fogo que expira no sábado.

Trata-se de uma resposta a uma pedido feito na quinta-feira pela Missão de Verificação das Nações Unidas (ONU) e pela Igreja católica solicitando às partes a renovação da trégua vigente desde agosto de 2023 e que irá expirar à meia-noite desta sexta-feira.

“Temos consciência de que o tempo para preparar as condições necessárias para uma nova prorrogação foi se esgotando e, por este motivo, concordamos com vocês na opção de fazer uma extensão técnica do cessar-fogo”, indicaram os negociadores do governo Vera Grabe e Iván Cepeda.

Os porta-vozes oficiais propõe organizar uma “reunião extraordinária”, com o objetivo de destravar a negociação que atravessa “momentos de incerteza”.

Em abril, o ELN garantiu que a mesa de negociações havia entrado em um “estado de congelamento”, em resposta à aproximação do governo de Gustavo Petro com uma de suas frentes rebeldes no departamento de Nariño (sul).

Petro, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, tenta acabar com o conflito armado de seis décadas dialogando com as guerrilhas e algumas gangues poderosas.

os negociadores se reúnem com o ELN por ciclos em Cuba, Venezuela e México, mas especialistas consideram que a tentativa para desarmar cerca de 5.800 membros da organização avança a passos lentos.

Algumas crises desatadas por atentados da guerrilha contra a população civil e a força pública levaram à suspensão de tréguas. Sua estrutura federada também é um dos maiores impedimentos para o andamento mais rápido de negociações sobre um acordo.

O ELN, de doutrina marxista-leninista, comemorou no mês passado seu 60º aniversário.

Em seis décadas, o conflito armado colombiano deixou pelo menos 9,5 milhões de vítimas, segundo dados oficiais.

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