Os 36 clubes que participam da primeira e segunda divisões do Campeonato Alemão aprovaram na semana passada o plano apresentado pela empresa que organiza as competições, a Liga de Futebol Alemã (DFL, na sigla em alemão), para possibilitar o retorno do público aos estádios já no dia 18 de setembro, quando a temporada 2020/2021 será iniciada. O sinal verde para isso, no entanto, depende das autoridades regionais e do governo da Alemanha, diante da evolução da pandemia do novo coronavírus. Mas isso pode não acontecer.

O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, criticou nesta segunda-feira o retorno dos torcedores aos estádios de futebol do país, chamando essa possibilidade de “mau sinal”, enquanto o país sofre um ressurgimento de casos de covid-19. “Milhares de torcedores nos estádios, isso não acompanha a evolução atual”, afirmou.

As autoridades de saúde alemãs não priorizam o retorno do público aos estádios de futebol e parecem relutantes em validar o protocolo de saúde proposto pela DFL. “Não planejamos nos pronunciar sobre o protocolo de saúde da DFL”, disse o presidente da conferência dos ministros regionais da saúde, Dilek Kalayci, acrescentando que “o futebol profissional não está no topo da lista de prioridades dos Ministros da Saúde”. Na Alemanha, os estados regionais são responsáveis pelas medidas preventivas contra o novo coronavírus.

O plano da entidade prevê que não haverá reserva de ingressos para os visitantes, eliminação de setores onde o público pode permanecer em pé – como na famosa “Muralha Amarela” no estádio do Borussia Dortmund – e a proibição da venda de álcool nos estádios. Além disso, todas as entradas para as partidas deverão ser personalizadas e intransferíveis para que os detentores dos bilhetes possam ser identificados em caso de eventuais contágios pelo novo coronavírus.

Para Kalayci, está claro que “ninguém pode descartar ou controlar grandes multidões e o consumo de álcool antes e depois dos jogos”. A Federação dos Médicos Alemães também se opôs ao retorno dos torcedores aos estádios. “O perigo de um contágio em massa seria real”, assegurou a presidente da entidade, Susanne Johna.

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