Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) – O governo central registrou um déficit primário de 39,356 bilhões de reais em maio, rombo maior do que o esperado por analistas e também superior ao saldo registrado há um ano, mostrou relatório do Tesouro Nacional nesta quarta-feira.

No mês as contas públicas foram pressionadas pela antecipação do pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas, que este ano foi feito em maio, e por um repasse extraordinário feito pela União a Estados e municípios relativo a leilão de campos de petróleo da Bacia de Santos.As receitas líquidas do governo central, que excluem as transferências a Estados e municípios, caíram 3,3% em termos reais em maio, para 122,035 bilhões de reais, enquanto as despesas totais aumentaram 7,9%, a 161,391 bilhões de reais.

O saldo do governo central, que reúne contas do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, veio pior que a projeção do mercado para maio, de déficit de 30,3 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters com analistas. O rombo também foi maior que o déficit de 20,957 bilhões de reais observados em maio de 2021.

No acumulado de janeiro a maio, o resultado das contas públicas ainda está positivo em 39,213 bilhões de reais, contra superávit de 19,906 bilhões de reais em igual período de 2021. O governo prevê que as contas fecharão o ano com déficit 0,6% do PIB.

As receitas públicas acumulam alta real de 10,9% no ano, com destaque para o aumento de 25,8% das receitas não-administradas, fortemente concentradas na arrecadação de royalties de petróleo, que tem subido diante da alta da commodity em meio às restrições de oferta trazidas pela guerra na Ucrânia.

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Já as despesas subiram 5,9% nos primeiros cinco meses do ano, impactadas, de um lado, pela mudança de calendário no pagamento de benefícios previdenciários, e por outro pela queda das despesas associadas ao combate à Covid-19 e com pessoal.

(Por Isabel Versiani; edição de Bernardo Caram)

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