11/03/2022 - 15:16
As sanções impostas pelo governo do Reino Unido a Roman Abramovich na quinta-feira prejudicaram diretamente o Chelsea, clube do qual o bilionário russo é dono. A agremiação teve todos os seus ativos congelados e ficou impedida de ser vendida. De quebra, perdeu o patrocínio da empresa de telefonia móvel “Three”, principal parceira do time de Londres.
Amigo próximo de Vladimir Putin, presidente da Rússia, Abramovich decidiu se desfazer do clube após a invasão da Ucrânia pelas tropas russas, quando se viu pressionado pela opinião pública e o Parlamento Britânico. Com essas novas sanções, as negociações foram paralisadas até segunda ordem. Entretanto, o governo britânico afirmou que “o caminho estaria aberto” caso o Chelsea encontrasse um comprador.
“Da forma com que a licença (obtida para seguir funcionando como clube de futebol) está condicionada hoje, uma venda não seria permitida. Entretanto, se um comprador surgisse, o caminho estaria aberto para ele e para o clube procurarem o governo e solicitar uma mudança nas condições de forma que a venda seja autorizada”, afirmou o ministro da tecnologia, Chris Philip, nesta sexta-feira.
As licenças mencionadas pelo ministro permitem que o clube continue a funcionar e se organizar financeiramente sob condições específicas, apesar de seguir sendo controlado pelo governo. Hoje, o Chelsea pode pagar os salários dos seus funcionários de acordo com a licença concedida pelas autoridades. Mas não pode vender ingressos, produtos oficiais, nem negociar transferências ou contratos.
No entanto, o clube ainda pode buscar alterar essa condição da licença. Segundo o porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson, “o governo britânico está em contato com o Chelsea e a Premier League para tratar de qualquer problema que tenha sido criado com as sanções”. Ele também afirmou que cabe somente ao clube solicitar uma nova licença, de acordo seus desejos e pretensões.
O ministro da tecnologia salientou que o governo irá trabalhar em conjunto com o Chelsea para encontrar esse novo comprador. Antes das sanções, nomes como de Christopher Johnson, dono da franquia de futebol americano New York Jets, e Hansjorg Wyss, bilionário suíço no ramo médico, eram ventilados para substituir Abramovich.
“O único limite que o governo quer garantir (com a venda do Chelsea) é de que os benefícios financeiros não caiam nas mãos de Abramovich”, finalizou o ministro.
Thomas Tuchel, técnico do Chelsea, também se pronunciou acerca da situação nesta sexta-feira. O alemão afirmou que “confia no governo para encontrar uma solução para possibilitar ao Chelsea seguir competindo ao longo da temporada e com possibilidades de tomar suas próprias decisões durante a janela de transferências do meio do ano”.