A Embaixada do Brasil em Roma, na Itália, enviou nesta quinta-feira, 12, o pedido de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional italiana.
A informação foi confirmada à IstoÉ, e a embaixada destaca que “uma vez recebido pelo governo da Itália, cabe às autoridades judiciais italianas e ao Poder Executivo do país decidirem sobre sua concessão, nos termos do Tratado de Extradição firmado entre a República Federativa do Brasil e a República Italiana”.
+ STF envia pedido de extradição de Zambelli ao Ministério da Justiça
Na terça-feira, 11, Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o pedido de extradição da deputada Carla Zambelli, foragida na Itália.
Com a oficialização, o Ministério da Justiça teve de enviar o pedido à pasta das Relações Exteriores, para que destinasse a solicitação ao seu órgão equivalente italiano.
Na sequência, o órgão envia caso à Corte de Apelação da Itália, que poderá determinar o cumprimento da extradição. Como relatou a IstoÉ, Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no processo do Mensalão, foi extraditado pela Itália a pedido do governo brasileiro em 2015 para cumprir sua pena.
Zambelli cercada
No início do mês, o STF rejeitou os recursos apresentados pela parlamentar e confirmou a decisão monocrática de Moraes, que ordenou a prisão preventiva de Zambelli com base em seu anúncio de que estava deixando o Brasil para realizar um tratamento médico, feito dias após ser condenada a 10 anos na cadeia por contratar o hacker Walter Delgatti Neto para invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Em sua defesa, a deputada disse que só pode ser presa “em flagrante e por crime inafiançável” porque é protegida pela imunidade parlamentar, tese defendida por aliados e que levaria a decisão sobre a prisão a passar pelo crivo do plenário da Câmara dos Deputados.
Desde então, ela passou pelos Estados Unidos e chegou à Itália, onde tem cidadania e se considera “imune” — interpretação questionada por especialistas. A pedido da corte, a Interpol incluiu Zambelli na lista de Difusão Vermelha, o que a tornava foragida e passível de ser presa no exterior. Ao canal CNN Brasil, ela disse que pretende se apresentar voluntariamente às autoridades italianas.