O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) rejeitou em 2020 uma proposta da farmacêutica Pfizer que previa 70 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até junho deste ano. Dessas, 3 milhões estavam previstas até fevereiro. As informações são da Folha.

De acordo com o jornal, a Pfizer fez a primeira oferta em 14 de agosto de 2020, e a proposta previa a entrega de 500 mil doses já em dezembro de 2020, e o restante dos 70 milhões até junho de 2021.

Ainda segundo o jornal, dias depois a farmacêutica aumentou a oferta para 2020, elevando o número de doses até dezembro para 1,5 milhão, com mais 1,5 milhão até fevereiro e o restante nos meses seguintes. Ou seja, até fevereiro o Brasil poderia ter recebido ao menos 3 milhões de doses do imunizante da Pfizer.

Em 11 novembro, a farmacêutica fez uma nova proposta, mas sem uma resposta do governo brasileiro outros países acabaram sendo priorizados, e as primeiras doses para o Brasil ficariam para janeiro e fevereiro, numa quantidade de 2 milhões de doses, segundo a reportagem.

O Ministério da Saúde anunciou somente nesta semana que pretende comprar doses da vacina da Pfizer, sete meses depois da primeira oferta, porém, até o momento, não há contrato assinado e as entregas começariam apenas a partir de maio, com 2 milhões de doses.

Segundo a Folha, a Pfizer não foi a única a ter propostas rejeitadas. Documentos mostram que outros laboratórios também foram ignorados pelo governo sobre ofertas de vacinas, como o Instituto Butantan. O consórcio Covax Facility, da OMS (Organização Mundial de Saúde), segundo pessoas próximas às negociações, também recebeu pouco interesse do governo brasileiro para o fornecimento do imunizante. O Brasil optou por adquirir vacinas para apenas 10% da população por meio da iniciativa.

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