Uma auditoria financeira do TCU (Tribunal de Contas da União) diz que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) subavaliou os valores da Previdência Social dos militares, minimizando eventual rombo futuro, e superavaliou os números relativos ao regime dos servidores civis da União, dizendo que gastará mais do que desembolsará. As informações são da coluna de Mônica Bergamo, da Folha.

A auditoria foi concluída e enviada ao ministro do TCU Bruno Dantas, relator dos números do Ministério da Economia em 2020. O texto diz que “é curioso observar essa diminuição artificial do impacto dos benefícios militares e o aumento do dos demais servidores. As falhas alinham-se à forma como o governo conduziu a discussão das reformas do setor público, administrativa e previdenciária”.

Ainda de acordo com a coluna, o texto também afirma que os militares “tinham receio de que a divulgação dessa informação viesse a desfavorecê-los numa eventual reforma da previdência” e que “a equipe de auditoria encontrou limitações na realização do trabalho, justamente por parte do Ministério da Defesa, como a não disponibilização de acesso a documentos necessários para a realização da auditoria, bem como o atraso injustificado na resposta das solicitações”.

Segundo os auditores, o governo subavaliou o passivo do regime dos militares em R$ 45,5 bilhões. Já com o regime dos servidores civis (Regime Próprio de Previdência Social) ocorreu o contrário, inflando as despesas, superavaliadas em R$ 49,2 bilhões.