O governo realizou nesta sexta-feira, 28, seu último leilão de petróleo e conseguiu vender as quatro áreas de pré-sal, arrecadando R$ 6,82 bilhões. O saldo da 5ª Rodada de Partilha, em 35 anos, vai gerar uma arrecadação de royalties e participações especiais de R$ 235 bilhões, segundo cálculo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ao todo, 12 empresas se inscreveram para participar, incluindo as grandes petroleiras: Chevron, ExxonMobil, Shell e Total, além da chinesa CNOOC, uma das sócias de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos.

O pico de geração de emprego deve acontecer nos anos de 2023 e 2024.

Inicialmente, a agência estimou em R$ 180 bilhões a arrecadação com a 5ª Rodada, considerando um valor médio do petróleo de US$ 50 por barril e os porcentuais mínimos de excedente em óleo oferecidos pelas empresas. Como o petróleo está em alta e houve um ágio médio de 170% durante a concorrência, a projeção de arrecadação aumentou.

Ao comentar o resultado do leilão, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, destacou a atração de investidores privados para operar no pré-sal. Cinco petroleiras passaram a ser operadoras do pré-sal, além da Petrobras, ao saírem vitoriosas dos leilões de partilha realizados em um ano. São elas a Total, Shell, Equinor, BP e Exxon.

“É uma garantia para a população de que, independentemente do que aconteça com qualquer empresa, temos seis operadoras no pré-sal. Se houver nova crise na Petrobras, o pré-sal não para”, disse Oddone.

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A estatal levou apenas uma área, a Sudoeste de Tartaruga Verde, sem concorrência.

“A Petrobras toma suas decisões de forma autônoma do governo. Podemos estranhar que a Petrobras não tenha sido a protagonista nesse leilão. Mas em outros ela foi”, afirmou o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix.

Ele disse ainda estar muito satisfeito com o resultado, principalmente, porque esse foi o primeiro leilão em que todas as áreas foram vendidas.

O consórcio formado pela Shell e a Chevron, com 50% de participação para cada uma, arrematou o bloco Saturno com excedente em óleo de 70,20%, frente ao mínimo de 17,54%. O bônus de assinatura, predefinido em edital, é de R$ 3,125 bilhões. Localizada na Bacia de Santos, a área foi um dos destaques da concorrência, ao lado de Titã.

A Shell saiu satisfeita da concorrência, segundo o presidente da empresa no Brasil, Andre Araujo. Em sua opinião, com esse resultado, a empresa consolida sua presença na exploração e produção no Brasil.

“Apresentamos ofertas por duas áreas e ganhamos uma. Estou muito feliz. O resultado reforça o interesse no Brasil e consolida de vez nossa participação no mercado”, afirmou o executivo, após o leilão.

O consórcio formado pela ExxonMobil (operadora), com 64% de participação, e a QPI Brasil, com 36%, arrematou o bloco Titã com excedente em óleo de 23,49%, frente ao mínimo predefinido de 9,53%. O bônus de assinatura previsto em leilão é de R$ 3,125 bilhões.

De acordo com a presidente da ExxonMobil no Brasil, Carla Lacerda, mesmo perdendo uma disputa para o consórcio formado por Shell e Chevron, que levaram o campo de Saturno, o resultado foi muito satisfatório para a companhia.

“Estamos muito satisfeitos, isso agrega ao nosso portfólio aqui no Brasil, estamos felizes que começamos o nosso trabalho aqui”, disse ao fim do certame.

O consórcio formado pela BP, com 50% de participação, Ecopetrol (20%) e CNOOC (30%) arrematou o bloco Pau-Brasil com excedente em óleo de 63,79%, frente ao mínimo predefinido de 24,82%. O ágio foi de 146,48%. O bônus de assinatura previsto em leilão é de R$ 500 milhões.

A Petrobras apresentou oferta ao lado da Total e da CNODC, mas perdeu a disputa. A área está localizada na Bacia de Santos.



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