O governo de Alberto Fernández pediu agilidade ao Congresso no tratamento do acordo de refinanciamento da dívida argentina com o FMI por cerca de 45 bilhões de dólares, no início do debate parlamentar sobre o projeto, nesta segunda-feira.
“Peço-lhes agilidade e apoio, com o objetivo de deixar para trás esse fardo que herdamos e podermos nos concentrar no aprofundamento da recuperação econômica”, disse o chefe de gabinete, Juan Manzur, em reunião conjunta das comissões de Orçamento e Finanças da Câmara dos Deputados.
Após um ano e meio de negociações, o governo anunciou na última quinta-feira o envio ao Congresso do texto do acordo fechado com a equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) para refinanciar sua dívida com o órgão por meio de um novo acordo de crédito.
“Estamos diante de uma circunstância objetiva: a Argentina não tem os fundos necessários para enfrentar os vencimentos de 2022 e 2023. Nossa tarefa é evitar um cenário de default generalizado”, disse Manzur aos deputados.
Para que o empréstimo entre em vigor, ele deve receber o aval do parlamento argentino e da direção do FMI. Fernández não conta com a maioria no Congresso e também tem que lidar com as reticências de um setor da governista Frente de Todos (centro-esquerda) que pedia “mais firmeza” na negociação com o FMI.
O empréstimo de 57 bilhões de dólares é o maior concedido na história do organismo multilateral. A Argentina recebeu 44 bilhões.
No opositor Juntos pela Mudança, também não há unanimidade. A coalizão está dividida entre os que rejeitam o novo acordo, o setor alinhado ao ex-presidente Maurício Macri, e os que estão dispostos a votar a favor.