Guilherme Amado Coluna

Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

Governistas protegem publicitária que delatou PT e recebeu milhões do Careca do INSS

Daniella Fonteles fez campanha publicitária para o PT e denunciou petistas na Lava Jato

Agência Senado
Foto: Agência Senado

A base do governo na CPI mista do INSS articulou, nesta quinta-feira, 16, para barrar a quebra do sigilo fiscal e bancário da publicitária Danielle Miranda Fonteles pela comissão. A publicitária, que foi delatora de supostos esquemas do PT durante a Lava Jato, recebeu R$ 5 milhões em transferências do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.

Como dona da agência Pepper, Fonteles atuou em campanhas eleitorais do PT, como a de Dilma, em 2010. Ela foi investigada pela Lava Jato e delatou políticos do partido. A publicitária afirmou ter recebido milhões de forma irregular da campanha de Dilma Rousseff e falou sobre esquemas envolvendo a campanha de Rui Costa, atual chefe da Casa Civil de Lula, para o governo da Bahia em 2014. O partido sempre negou as acusações.

Dados do Coaf deste ano apontam que a publicitária recebeu R$ 5 milhões do Careca do INSS, entre novembro de 2023 e março de 2025. O montante teria sido referente à venda de uma casa de praia em Trancoso, na Bahia. Por esse motivo, a CPI pediu a quebra do sigilo bancário de Fonteles.

A proteção de Fonteles na CPI mista do INSS, segundo senadores petistas, foi para evitar a “criação de narrativas” que não acrescentam nas investigações. Na mesma sessão, na quinta-feira, 16, o governo também conseguiu blindar José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão de Lula.

A convocação de Frei Chico era uma das principais apostas da oposição contra o governo federal. O irmão de Lula é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical (Sindnapi). A entidade é citada em relatórios das Controladoria-Geral da União (CGU) por supostas ligações com as fraudes do INSS.