A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, condenou as declarações machistas feitas por Yoshiro Mori, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. “Estamos enfrentando um grande problema”, avaliou Koike, nesta sexta-feira. “Eu pessoalmente fiquei sem palavras diante dos comentários dele (Yoshiro Mori), que não deveriam ter sido feitos”, completou.

Na quinta-feira, o jornal japonês Asahi Shimbun publicou comentários feitos por Mori de que “mulheres falam demais” em reuniões, competem entre si de forma irritante e que as que trabalham no Comitê Organizador “sabem seu lugar”. A indignação dos japoneses fez com que uma hashtag com a mensagem “Mori, por favor, renuncie” entrasse nos “trending topics” do Twitter.

Apesar da pressão, Mori recusou renunciar ao cargo. O mandatário reconheceu que suas declarações foram “inapropriadas” e justificou a sua decisão em decorrência do “sacrifício pessoal durante sete anos” a serviço da organização do evento olímpico.

Segundo Koike, Mori ligou pessoalmente para pedir desculpas. A governadora se esquivou ao responder se ele deveria ou não renunciar ao cargo. “O Comitê Olímpico Internacional (COI) é uma grande organização baseada na história e requer muita negociação. Neste sentido, a questão sobre quem é qualificado para o principal cargo é uma decisão do Comitê Tóquio-2020”, disse.

Adiado em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus, os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 estão previstos para 23 de julho a 8 de agosto. Mori tem 83 anos e foi primeiro ministro do Japão em 2000 e 2001.