PEQUIM, 31 JUL (ANSA) – A governadora de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou nesta sexta-feira (31) o adiamento em um ano das eleições para o Conselho Legislativo da cidade, que estavam marcadas para 6 de setembro, em função da pandemia do novo coronavírus.   

Lam disse que essa foi a “decisão mais difícil” tomada neste ano e que ela tem apoio da China para mudar a data do voto. A cidade enfrenta uma terceira onda de contágios pelo Sars-CoV-2 e registrou 121 casos nesta sexta-feira.   

Já a oposição afirma que a medida é uma desculpa para impedir que grupos pró-democracia vençam as eleições. Na última quinta-feira (30), o governo de Hong Kong já havia impedido 12 ativistas de disputar o pleito.   

O território acumula cerca de 3,2 mil casos e 27 mortes na pandemia, e Lam disse que o perigo de um “surto de larga escala pode crescer” se o vírus não for contido, alegando que ir às urnas nesse contexto seria um risco para os eleitores, sobretudo idosos.   

Já o ativista Joshua Wong, um dos ativistas excluídos da votação, afirmou que Hong Kong vive a “maior fraude eleitoral em sua história”, com o veto a candidaturas de oposicionistas e o adiamento do pleito.   

“Nossa voz é clara e alta para o mundo, vamos defender nossa liberdade e nossos direitos”, disse Wong no Twitter. Ex-colônia britânica, Hong Kong foi devolvida à China em 1997, com a promessa de Pequim manter o sistema de “um país, dois sistemas” e uma relativa autonomia na cidade.   

A oposição, no entanto, diz que esse status foi sepultado com a aprovação de uma controversa lei que permitiu a abertura de agências chinesas de segurança nacional em Hong Kong e estabeleceu penas até de prisão perpétua para os crimes de separatismo, subversão e “colusão com forças estrangeiras”.   

(ANSA).