AOSTA, 14 DEZ (ANSA) – O governador da região italiana do Vale de Aosta, Antonio Fosson, renunciou neste sábado (14), um dia após a divulgação da notícia de que ele é investigado por causa de um suposto esquema com a máfia ‘ndrangheta.   

Os secretários regionais Stefano Borrello (Obras Públicas) e Laurent Viérin (Turismo e Bens Culturais), alvos do mesmo inquérito, também entregaram seus cargos.   

O quarto investigado é o conselheiro regional (equivalente a um deputado estadual) Luca Bianchi, que deixará a função de líder do partido União Valdostana na Assembleia Legislativa. Os quatro são suspeitos de participar de um “intercâmbio político-mafioso” com a ‘ndrangheta, uma das organizações criminosas mais poderosas do mundo, nas eleições regionais de 2018, segundo o Ministério Público de Turim, que apura o caso.   

De acordo com o inquérito, os irmãos Marco e Roberto Di Donato, supostos líderes da ‘ndrangheta no Vale de Aosta, conseguiram influenciar o resultado da votação para “satisfazer seus interesses”.   

“Sublinho com força minha total estraneidade aos fatos sobre os quais li nos jornais. Para honrar esse senso de responsabilidade política que sempre defendi e para proteger minha dignidade pessoal, profundamente ferida pelas hipóteses difamantes que foram formuladas, decidi dar um passo atrás e renunciar”, disse Fosson, que comandava a menor e menos populosa região da Itália havia um ano.   

Situado no extremo-norte do país, o Vale de Aosta já teve quatro governadores diferentes desde março de 2017, um período marcado por crises políticas e investigações judiciárias contra expoentes do poder público.   

A expectativa é de que a região realize eleições antecipadas para escolher um novo governador. (ANSA)