O Google anunciou nesta sexta-feira (12) que iniciou um teste para retirar os links que direcionam os usuários para sites de notícias do estado americano da Califórnia, em protesto contra um projeto de lei que prevê o pagamento de uma remuneração aos veículos de imprensa.

A empresa do Vale do Silício se prepara para a possível aprovação da Lei de Preservação do Jornalismo da Califórnia (CJPA), que obrigaria o Google a pagar para conectar os usuários do estado a artigos jornalísticos, informou em seu blog o vice-presidente da Google Global News Partnerships, Jaffer Zaidi, que chamou a medida de “imposto sobre o link”.

A CJPA foi aprovada pela Assembleia da Califórnia em junho passado e é analisada pelo Senado do estado. “Como dissemos quando outros países consideraram propostas semelhantes, a exposição financeira ilimitada criada pela CJPA seria inviável”, alegou Zaidi. “Se promulgada no formato atual, a CJPA criaria um nível de incerteza empresarial que nenhuma empresa poderia aceitar.”

Em 2021, o Facebook bloqueou brevemente os artigos jornalísticos na Austrália, após a aprovação de uma lei semelhante. Posteriormente, a rede social e o Google concordaram em remunerar os veículos de imprensa.

Em 2022, um acordo foi fechado na França entre o Google, veículos e agências de notícias para permitir que conteúdo informativo seja visualizado em sua plataforma em troca de uma remuneração.

Em novembro passado, Canadá e Google assinaram um acordo no qual o gigante da publicidade na internet pagaria aos veículos daquele país 100 milhões de dólares (512 milhões de reais) por ano para compensar a perda de receita publicitária.

Os defensores de leis como essa argumentam que plataformas como Google e Facebook atraem os usuários com notícias e acumulam o dinheiro da publicidade digital, uma receita que, sem essa intermediação, iria para as redações.

O teste feito pelo Google envolve a retirada de links para sites de notícias que poderão ser cobertos pela lei, para medir seu efeito na plataforma, explicou Zaidi. O executivo afirma que apenas 2% das buscas feitas no Google são por notícias, e que os usuários consomem informações jornalísticas por meio de vídeos curtos, newsletters, podcasts e redes sociais.

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