O Google concordou em pagar US$ 100 milhões anualmente aos editores canadenses como parte de um acordo com o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau que evitaria um potencial apagão de notícias no país, segundo relatos.

A gigante da tecnologia chegou a um acordo com autoridades em Ottawa sobre um acordo-quadro pelo qual a empresa se comprometeu a fazer pagamentos regulares aos meios de comunicação canadenses em troca do conteúdo disponibilizado em seu mecanismo de busca, informou a Canadian Broadcasting Corporation na quarta-feira (29).

O acordo encerra meses de negociações que se intensificaram antes do prazo final de 19 de dezembro para cumprir a Lei de Notícias Online do país, que exige compensação de plataformas digitais com 20 milhões de usuários únicos mensais e receitas anuais de mais de US$ 1 bilhão.

Google e Facebook são as únicas duas empresas que atendem aos critérios.

O Google ameaçou bloquear sites de notícias canadenses de seus resultados de pesquisa se a lei entrasse em vigor.

A Meta – cuja rede social, o Facebook, controla grande parte do mercado de publicidade digital ao lado de seu concorrente Google – cumpriu sua ameaça de bloquear conteúdo de notícias no Canadá depois que a empresa de Mark Zuckerberg recusou a exigência de Ottawa.

Como parte do acordo, o Google poderá negociar com um consórcio de organizações de notícias, em vez de negociar com cada uma delas individualmente.

A empresa supostamente temia que as negociações com cada meio de comunicação a forçassem a pagar mais pelo conteúdo.

A soma de US$ 100 milhões é supostamente inferior aos US$ 172 milhões que o governo buscava da gigante de buscas com sede em Mountain View, Califórnia.

Não há informações sobre se as negociações entre o governo canadense e a Meta serão retomadas num futuro próximo.

A Meta disse que a Lei de Notícias Online “se baseia na premissa incorreta de que a Meta se beneficia injustamente do conteúdo de notícias compartilhado em nossas plataformas, quando o inverso é verdadeiro”.

Trudeau criticou a empresa de Zuckerberg como “ruim para a democracia” depois que o Facebook começou a bloquear notícias durante incêndios florestais destrutivos no Canadá durante o verão.

Nos últimos anos, a Meta alterou o algoritmo do Facebook para desamplificar as notícias em favor de fotos, vídeos e conteúdo criado e compartilhado por familiares e amigos – resultando em uma queda considerável no tráfego de referência para editores.

A lei canadense foi modelada em legislação semelhante elaborada na Austrália.

Tanto o Google quanto a Meta finalmente chegaram a um acordo com os editores de notícias australianos, concordando em pagar pelo conteúdo.