O Brasil contabiliza mais de um milhão de roubos de celulares por ano. Na média, acima de 2,7 mil por dia e mais do que 114 a cada hora. Muitos deles por ladrões de bicicleta que fogem em disparada após o bote. Preocupado com as tristes estatísticas do País na questão e inspirado no modus operandi das gangues brasileiras, o Google criou uma ferramenta de segurança criativa, turbinada por inteligência artificial, para a 15ª versão do sistema operacional Android, que chegará aos aparelhos no segundo semestre deste ano.

O Theft Detection Lock, ou Bloqueio de Detecção de Roubo, chamado por aqui de Modo Ladrão, é acionado quando a IA do celular identifica uma mudança de movimento abrupta seguida de padrões de velocidade e mudança repentina de direção.

Se o celular for arrancado da mão do usuário e o ladrão tentar correr, andar de bicicleta ou se afastar rapidamente, o sistema bloqueará a tela do celular automaticamente, dificultando o acesso ao celular e a vida do ladrão.

Apresentada em um evento anual do Google, a novidade estará disponível em atualizações para quem tem o Android 10 ou superior.

O monitoramento é feito por sensores internos auxiliados por algoritmos de machine learning, um ramo da IA capaz de identificar padrões com o mínimo de intervenção humana.

O Modo Ladrão detecta situações que indicam possível roubo, mas diferencia as ações de uso normal do celular desses movimentos.

“Para o dono do aparelho, o bloqueio da tela é algo usual e banal, mas para quem furtou e não possui a senha, o Modo Ladrão se torna uma barreira eficiente para impedir que o criminoso efetue uma devassa no conteúdo do celular”, disse o Google a ISTOÉ.

Usuários costumam bloquear seus celulares com senhas alfanuméricas ou biometria. Com o novo sistema, apenas a tela será bloqueada, para criar uma barreira rápida sobretudo em casos de roubo de celulares desbloqueados.

Outro novo recurso do Android 15 é um espaço privado em que o usuário poderá esconder e proteger, com senha adicional, aplicativos sensíveis como os de acesso a bancos.

Ficará mais difícil também resetar, ou redefinir, o aparelho, que será possível apenas com as credenciais da conta Google do usuário anterior.