A Google suspendeu uma pesquisadora sobre ética em inteligência artificial semanas após demitir outra integrante da equipe, anunciou o sindicato recém formado na empresa.

O Sindicato dos Trabalhadores da Alphabet, criado por funcionários da empresa matriz da Google, afirmou nesta semana em um comunicado que estava “preocupado com a suspensão do acesso corporativo de Margaret Mitchell”, membro do sindicato e principal pesquisadora.

“Essa suspensão chega pouco depois da demissão da Google da antiga líder Timnit Gebru; ambas representam um ataque às pessoas que estão tentando tornar a tecnologia da Google mais ética”, afirmou o sindicato.

Google enfrentou fortes críticas no mês passado após a demissão de Gebru, que denunciou que foi ordenada a se retratar de um trabalho de pesquisa.

O gigante da tecnologia não respondeu até o momento as perguntas da AFP sobre o assunto. Em um comunicado enviado à Axios, a Google afirmou que a conta de e-mail de Mitchell no Google foi encerrada enquanto uma investigação interna é realizada por ter supostamente baixado um grande número de arquivos que compartilhou com pessoas de fora da empresa.

No mês passado, mais de 1.400 funcionários da Google faziam parte dos quase 3.300 signatários de uma carta online que exigia da empresa uma explicação sobre a demissão de Gebru junto com o motivo para ordenar que sua pesquisa fosse retirada.

A carta também pedia à Google que cumprisse com um compromisso “inequívoco” com a integridade da pesquisa e da liberdade acadêmica.