O Google Cloud anunciou na semana passada que não vai mais cobrar taxas de tráfego de rede de clientes que desejem retirar aplicações de sua nuvem. “Clientes do Google Cloud que quiserem sair do serviço e migrar dados para outras plataformas poderão fazer isso sem cobrança de taxas de rede”, diz o comunicado assinado por Amit Zavery, VP global do Google Cloud. A novidade vale para empresas em todos os países onde o Google Cloud atua. No comunicado, o Google Cloud ainda critica “provedores legados que aproveitam seus monopólios em software on-premises para criar monopólios na nuvem, usando licenças restritivas que ‘trancam’ seus clientes e prejudicam a competição no setor”.

Os contratos com muitas cláusulas restritivas e repletos de taxas são alvo de críticas entre muitas empresas que usam os serviços de nuvem. Em alguns casos, companhias decidem colocar suas aplicações em um provedor de nuvem e depois descobrem que não é nada fácil sair dele para encontrar um competidor com um serviço potencialmente melhor e mais barato.

Em reportagem da Bloomberg, analistas apontam que uma das razões por trás da decisão do Google Cloud pode ser um esforço para evitar problemas com autoridades antitruste do Reino Unido. Como comentado por aqui, há alguns meses o Reino Unido iniciou uma investigação sobre possíveis irregularidades de grandes provedores de nuvem em relação à competitividade no mercado, e as taxas cobradas para deixar a nuvem estão entre os assuntos que devem ser endereçados na investigação.

Atualmente em terceiro lugar no mercado de provedores de nuvem há alguns anos, o Google Cloud já há algum tempo vem criticando seus maiores rivais – a líder AWS e a vice-líder Microsoft – por supostas práticas anticompetitivas. Ao zerar as taxas de migração e pressionar seus competidores a estabelecer contratos menos restritivos, o Google Cloud se posiciona para tentar “chacoalhar” o mercado e eventualmente ganhar market share.