Coluna: SóNuvem

Coluna que cobre temas como cloud computing, Inteligência Artificial e outras tendências do mundo da tecnologia. Editada por André Cardozo, jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura de tecnologia

Google Cloud mostra usos da IA generativa em evento em SP

André Cardozo
Marco Bravo, diretor-geral do Google Cloud Brasil, durante evento em São Paulo Foto: André Cardozo

Em evento realizado na última sexta-feira (11) em São Paulo, o Google Cloud mostrou alguns dos recursos de IA generativa que começam a ser usados por seus parceiros no Brasil. Durante o evento, representantes de empresas como Magazine Luiza, Dasa e outras comentaram como estão testando as possibilidades da nova tecnologia.

No caso do Magalu, a IA generativa está sendo testada para aprimorar a interação da assistente Lu com os consumidores, principalmente na compra de smartphones. Em apresentação durante o evento, André Fatala, VP de Tecnologia do Magalu, demostrou o protótipo, uma espécie de chatbot aprimorado com IA generativa.

Fatala usou como exemplo um cliente que gostaria de um celular interessante para um motorista de aplicativo. A ferramenta “engasgou” um pouco, mas em uma segunda tentativa sugeriu três aparelhos com baterias de longa duração e boas câmeras para “tirar fotos dos passageiros”. “Por que eu iria tirar fotos dos passageiros?”, brincou Fatala ao ler a resposta, que indica que ainda há ajustes a serem feitos até o lançamento do recurso.

Já a Dasa está usando IA para criar ferramentas de melhoria da experiência de seus pacientes. A empresa está testando o PaLM 2 – Large Language Model do Google – para auxiliar médicos a detectar achados relevantes nos resultados de exames e, na sequência, notificar o médico prescritor, agilizando assim o atendimento ao paciente. “Estamos tendo bons resultados com Med PaLM”, disse Gustavo Corradi, médico e head de inteligência artificial na Dasa. “Temos feito estudos para, por exemplo, extrair automaticamente os CIDs (códigos de classificação de doenças) de prontuários”, exemplificou.

“Nuvem não é só infraestrutura”

Em encontro com a imprensa durante o evento, Marco Bravo, diretor-geral do Google Cloud Brasil, reforçou que as plataformas de nuvem vivem um novo momento em que a hospedagem em servidores é apenas uma parte do pacote.

“A nuvem é muito mais do que a infraestrutura, ela é uma habilitadora de soluções de negócio e democratização da tecnologia”, disse. Segundo Bravo, o uso convencional da infraestrutura de nuvem ainda representa uma grande parte do negócio do Google Cloud no Brasil. Mas isso começou a mudar a partir de 2022.

“Temos visto uma demanda grande para migração de algo que é só infraestrutura para uma plataforma completa de cloud. E a IA acelera esse processo, pois este assunto já é tema de conversas no alto escalão das empresas. Assim, cada vez mais o mercado percebe que o investimento em IA é fundamental para o negócio, independentemente do setor”.

Bravo também enfatizou o papel da nuvem como habilitador do crescimento da IA. “Antes da nuvem, não havia capacidade computacional para rodar as aplicações de Inteligência Artificial. Nesse sentido, além de fornecer a estrutura para rodar as aplicações, a nuvem tem papel importante para a democratização da tecnologia. Ou seja, por meio da nuvem, mesmo empresas de menor porte têm um caminho para usar essas aplicações”, detalhou.