Em evento realizado na última sexta-feira (11) em São Paulo, o Google Cloud mostrou alguns dos recursos de IA generativa que começam a ser usados por seus parceiros no Brasil. Durante o evento, representantes de empresas como Magazine Luiza, Dasa e outras comentaram como estão testando as possibilidades da nova tecnologia.

No caso do Magalu, a IA generativa está sendo testada para aprimorar a interação da assistente Lu com os consumidores, principalmente na compra de smartphones. Em apresentação durante o evento, André Fatala, VP de Tecnologia do Magalu, demostrou o protótipo, uma espécie de chatbot aprimorado com IA generativa.

Fatala usou como exemplo um cliente que gostaria de um celular interessante para um motorista de aplicativo. A ferramenta “engasgou” um pouco, mas em uma segunda tentativa sugeriu três aparelhos com baterias de longa duração e boas câmeras para “tirar fotos dos passageiros”. “Por que eu iria tirar fotos dos passageiros?”, brincou Fatala ao ler a resposta, que indica que ainda há ajustes a serem feitos até o lançamento do recurso.

Já a Dasa está usando IA para criar ferramentas de melhoria da experiência de seus pacientes. A empresa está testando o PaLM 2 – Large Language Model do Google – para auxiliar médicos a detectar achados relevantes nos resultados de exames e, na sequência, notificar o médico prescritor, agilizando assim o atendimento ao paciente. “Estamos tendo bons resultados com Med PaLM”, disse Gustavo Corradi, médico e head de inteligência artificial na Dasa. “Temos feito estudos para, por exemplo, extrair automaticamente os CIDs (códigos de classificação de doenças) de prontuários”, exemplificou.

“Nuvem não é só infraestrutura”

Em encontro com a imprensa durante o evento, Marco Bravo, diretor-geral do Google Cloud Brasil, reforçou que as plataformas de nuvem vivem um novo momento em que a hospedagem em servidores é apenas uma parte do pacote.

“A nuvem é muito mais do que a infraestrutura, ela é uma habilitadora de soluções de negócio e democratização da tecnologia”, disse. Segundo Bravo, o uso convencional da infraestrutura de nuvem ainda representa uma grande parte do negócio do Google Cloud no Brasil. Mas isso começou a mudar a partir de 2022.

“Temos visto uma demanda grande para migração de algo que é só infraestrutura para uma plataforma completa de cloud. E a IA acelera esse processo, pois este assunto já é tema de conversas no alto escalão das empresas. Assim, cada vez mais o mercado percebe que o investimento em IA é fundamental para o negócio, independentemente do setor”.

Bravo também enfatizou o papel da nuvem como habilitador do crescimento da IA. “Antes da nuvem, não havia capacidade computacional para rodar as aplicações de Inteligência Artificial. Nesse sentido, além de fornecer a estrutura para rodar as aplicações, a nuvem tem papel importante para a democratização da tecnologia. Ou seja, por meio da nuvem, mesmo empresas de menor porte têm um caminho para usar essas aplicações”, detalhou.