Terceiro a votar sobre ação que pede a cassação da chapa de Dilma Rousseff-Michel Temer, o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), iniciou a sua fala com uma enfática defesa do seu direito a participar do julgamento. Momentos antes, o vice-procurador eleitoral Nicolao Dino havia pedido o seu impedimento por ter atuado como advogado da petista.

“Esse tipo de representação não vai me constranger. Engana-se quem pensa que estou aqui constrangido porque sou advogado”, afirmou Gonzaga, indicado ao TSE por Temer. “Colegas que aqui estão sabem do meu comportamento. Tenho saber jurídico e conduta ilibada.”

O presidente do TSE, Gilmar Mendes, mais uma vez voltou a repreender a iniciativa do vice-procurador eleitoral durante o julgamento. Ao lembrar de ex-ministros da corte eleitoral que antes foram advogados, chegou a engasgar. “É preciso ter cuidado ao levantar o dedo contra advogados”, disse Gilmar. “Instituições têm que se conter, não podem usar poderes do Estado como selvagens.”

Dino, então, rebateu o presidente da corte. “Não aceito a crítica. O MP não é réu nesta ação. Não há denúncia”, disse o vice-procurador eleitoral. “Mas será feita”, respondeu Gilmar, exaltado.


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