ROMA, 15 JUL (ANSA) – Era noite de 15 de julho de 2016 quando o Exército turco anunciou a queda do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. Neste sábado (15), a tentativa de golpe de Estado fracassado completa um ano.
Antes do anúncio dos golpistas, o país foi cercado por aviões militares e diversos tanques saíram às ruas. Na ocasião, milhares de pessoas tentaram impedir o golpe. Cerca de 250 pessoas, entre civis e militares, morreram nos confrontos.
No entanto, poucas horas depois o primeiro-ministro Binali Yildirim anunciou que a “infame” tentativa de tomar o poder havia sido “derrotada” O golpe foi rapidamente repelido, mas a revolta serviu de justificativa para Erdogan realizar milhares de expurgos nas Forças Armadas, na Polícia, na Justiça e até nos meios de comunicação. Desde então, a reação do chefe de Estado já levou a cerca de 50 mil prisões e 150 mil expurgos. O levante contra o presidente é atribuído por Ancara ao clérigo e magnata turco Fethullah Gülen, que vive exilado nos Estados Unidos.Ele lidera um movimento homônimo também conhecido como “Hizmet” (“serviço”, em tradução livre) e que prega uma versão moderada do islamismo. Todas as instituições ligadas ao grupo estão entre os principais alvos da retaliação comandada por Erdogan, que em abril passado saiu vencedor do referendo que mudou o sistema político da Turquia do parlamentarismo para o presidencialismo. Nesta sexta-feira (14), ele ordenou a realização de uma nova onda de expurgos contra mais de 7 mil pessoas, entre policiais, acadêmicos e servidores públicos. (ANSA)
