Golpe da embalagem: veja como evitar roubo de dados após receber compras da internet

O plano de Nova York para diminuir os 90 mil roubos de pacotes diariamente

As compras feitas pela internet se tornaram parte da rotina de muitos brasileiros, especialmente ao longo dos últimos anos. Porém, com a ocupação deste espaço virtual, também se originaram novos problemas: cerca de 25% dos estelionatos registrados no país em 2024 ocorreram no ambiente digital, segundo diz a Pesquisa Nacional do Instituto DataSenado.

Devido a isso, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) divulgou um comunicado alertando a população sobre casos de extração de dados pessoais, que costumam acontecer quando uma embalagem de envio é descartada incorretamente.

Criminosos utilizam informações coletadas nas etiquetas de pacotes para aplicar golpes, escaneando QR codes e códigos de barras. Com isso, eles acessam a nota fiscal do comprador, visualizando nome completo, CPF, telefone e endereço.

“Conforme a tecnologia aumenta, também crescem as formas de praticar crimes eletrônicos. Com esses dados, os criminosos conseguem se passar pela vítima e realizar diversos golpes contra terceiros”, alertou à SSP o delegado Carlos Francisco de Miranda Santos, do 42º Distrito Policial.

Essas infrações envolvem abertura de contas bancárias, uso de cartões de crédito e realização de empréstimos por parte dos estelionatários. Eles ainda conseguem realizar compras em nome da vítima e abrir linhas telefônicas para a aplicação de golpes.

Outro ponto frequente é o disparo de links falsos via mensagem de texto.

“Jamais clique em links para confirmar uma compra e desconfie de mensagens que precisem de uma ação imediata. As empresas já possuem seus dados. Elas não precisam de atualização depois da compra realizada”, disse o delegado.

Como evitar

O delegado explica que, para evitar cair neste tipo de golpe, é importante riscar, picotar ou rasgar as etiquetas e notas fiscais no momento de descarte das embalagens. Artigos como caixas de celulares e acessórios informáticos que contêm número de identificação também devem receber atenção no momento de despejo.

Sempre que receber uma mensagem suspeita, é indicado que o cidadão entre em contato com o canal oficial da empresa, além de manter os sistemas antivírus ativados.

Também é essencial não permitir que o suposto entregador tire fotos do seu rosto, já que as imagens podem ser usadas para crimes que necessitam de reconhecimento facial.

Caso seja vítima de golpe, a SSP recomenda que o cidadão faça uma consulta no site da Serasa para verificar se há boletos de compras não conhecidas ou aberturas de empresas em seu nome.

Se notar situação de irregularidade, a vítima deverá, então, registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia física ou por meio da delegacia eletrônica. Ademais, é válido notificar o banco para que as contas sejam bloqueadas.

Os crimes relacionados ao “golpe da embalagem” são investigados pelas delegacias seccionais. Quando há uma gravidade do caso, fica a cargo da Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo.