As compras feitas pela internet se tornaram parte da rotina de muitos brasileiros, especialmente ao longo dos últimos anos. Porém, com a ocupação deste espaço virtual, também se originaram novos problemas: cerca de 25% dos estelionatos registrados no país em 2024 ocorreram no ambiente digital, segundo diz a Pesquisa Nacional do Instituto DataSenado.
Devido a isso, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) divulgou um comunicado alertando a população sobre casos de extração de dados pessoais, que costumam acontecer quando uma embalagem de envio é descartada incorretamente.
Criminosos utilizam informações coletadas nas etiquetas de pacotes para aplicar golpes, escaneando QR codes e códigos de barras. Com isso, eles acessam a nota fiscal do comprador, visualizando nome completo, CPF, telefone e endereço.
“Conforme a tecnologia aumenta, também crescem as formas de praticar crimes eletrônicos. Com esses dados, os criminosos conseguem se passar pela vítima e realizar diversos golpes contra terceiros”, alertou à SSP o delegado Carlos Francisco de Miranda Santos, do 42º Distrito Policial.
Essas infrações envolvem abertura de contas bancárias, uso de cartões de crédito e realização de empréstimos por parte dos estelionatários. Eles ainda conseguem realizar compras em nome da vítima e abrir linhas telefônicas para a aplicação de golpes.
Outro ponto frequente é o disparo de links falsos via mensagem de texto.
“Jamais clique em links para confirmar uma compra e desconfie de mensagens que precisem de uma ação imediata. As empresas já possuem seus dados. Elas não precisam de atualização depois da compra realizada”, disse o delegado.
Como evitar
O delegado explica que, para evitar cair neste tipo de golpe, é importante riscar, picotar ou rasgar as etiquetas e notas fiscais no momento de descarte das embalagens. Artigos como caixas de celulares e acessórios informáticos que contêm número de identificação também devem receber atenção no momento de despejo.
Sempre que receber uma mensagem suspeita, é indicado que o cidadão entre em contato com o canal oficial da empresa, além de manter os sistemas antivírus ativados.
Também é essencial não permitir que o suposto entregador tire fotos do seu rosto, já que as imagens podem ser usadas para crimes que necessitam de reconhecimento facial.
Caso seja vítima de golpe, a SSP recomenda que o cidadão faça uma consulta no site da Serasa para verificar se há boletos de compras não conhecidas ou aberturas de empresas em seu nome.
Se notar situação de irregularidade, a vítima deverá, então, registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia física ou por meio da delegacia eletrônica. Ademais, é válido notificar o banco para que as contas sejam bloqueadas.
Os crimes relacionados ao “golpe da embalagem” são investigados pelas delegacias seccionais. Quando há uma gravidade do caso, fica a cargo da Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo.