Um dos principais nomes da seleção brasileira de handebol, o goleiro Cesar de Almeida, o Bombom, relatou o clima de tensão e luto que vive a Catalunha após o atentado da tarde desta quinta-feira em Barcelona, quando uma van atacou uma multidão nas Ramblas e deixou ao menos 13 mortos e mais de 100 feridos.

Aos 28 anos, o atleta do Brasil atua no BM Granollers, da cidade de mesmo nome, e está a 30 minutos da capital da Catalunha. Ele contou para o Estado que treinou com a sua equipe nesta quinta-feira e quando os atletas fizeram uma pausa e foram ao vestiário, souberam do ocorrido, o que assustou o elenco.

“O treino ficou meio estranho, todos ficaram meio preocupados. Tem alguns jogadores da equipe que são de Barcelona, um deles até namora uma brasileira que joga lá. Depois do treino, o técnico até perguntou se tínhamos notícias das famílias que estão lá. O clima ficou pesado”, revelou.

Acostumado ao continente, Bombom está na sua terceira equipe em solo europeu – estava no handebol da Noruega e voltou à Espanha em julho. Ele afirmou que a situação perigosa o assusta, ainda que esteja “acostumado” com a sensação de insegurança desde que os atentados começaram.

“A sensação é de impotência. Até porque nas minhas férias eu estava em Paris quando houve o ataque do policial em Notre Dame. Eu tinha ido a Notre Dame um dia antes. E agora tem esse atentado aqui. Eu queria ir ao jogo do Barcelona (equipe de futebol) no domingo, mas agora estou com medo de ir, vamos ver como vai ficar o clima até lá. A gente vive com medo, mas quem é do Brasil até está acostumado com essas coisas”, contou.

O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque e simpatizantes chegaram a comemorar nas redes sociais. O goleiro da seleção masculina de handebol revelou que a minuciosa organização do incidente gerou ainda mais medo nas pessoas.

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“Estão todos aqui comentando que foi (um ataque) muito bem organizado. Estamos no verão agora e o sol se põe às 8 da noite, e eles atacaram as Ramblas, onde ficam muitas pessoas ao ar livre. Na minha cidade não aconteceu nada, mas medo a gente vai ter”, explicou.

O brasileiro está em pré-temporada para o handebol europeu e mora sozinho na Catalunha, mas já atuou na cidade quando estava em outra equipe espanhola, o Guadalajara. Por conta disso, revelou se sentir em casa, o que reforça sua tristeza.

“A minha família aqui é o pessoal do time, e por isso a gente se comove mais ainda. Já joguei aqui uma vez e tenho amizade com muita gente em Barcelona. É triste, mas fazer o quê. Infelizmente, no Brasil a gente não vive uma situação muito diferente”, contou.

De acordo com as últimas informações da imprensa local, o atentado foi classificado como terrorista e a polícia espanhola prendeu dois suspeitos. É o oitavo ataque com veículos na Europa em um ano.


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