Godard foi um dos líderes da paralisação do Festival de Cannes, em maio de 1968

Godard liderou ao lado de Truffaut paralisação do Festival de Cannes, em maio de 1968
Claude Lelouch, Jean-Luc Godard, François Truffaut, Louis Malle e Roman Polanski no Festival de Cannes de 1968 Foto: Reprodução

Em maio de 1968, em meio às manifestações estudantis que incendiavam a França, em protestos contra o sistema educacional no país, Jean-Luc Godard, ao lado de outros cineastas como François Truffaut, Milos Forman e Roman Polanski, provocaram a paralisação e o posterior cancelamento do Festival de Cannes.

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Em uma entrevista coletiva, os cineastas se manifestaram contra a continuação do evento, e em solidariedade às manifestações que cresciam no país e que ganhavam força com o apoio da população, que ia às ruas e planejava uma greve geral.

Por conta do movimento que pedia o cancelamento do festival, os cineastas Carlos Saura e Milos Forman retiraram seus filmes da competição. Louis Malle, Roman Polanski, Monica Vitti e Terence Young, que faziam parte do júri, renunciaram seus postos.

Conhecido pela postura sempre polêmica e pelo temperamento difícil, Godard, ao lado de Louis Malle, invadiu o Palácio dos Festivais e impediu a exibição dos filmes no evento.

“Nós falamos de solidariedade com estudantes e trabalhadores, e vocês de primeiros planos e filmagens. Vocês são uns imbecis”, disse Godard na ocasião.

O Festival de Cannes de 1968 foi oficialmente encerrado em 19 de maio, um dia depois da coletiva de imprensa em que os cineastas manifestaram apoio às revoltas populares.