A polícia militar de Goiás confirmou que esteve no ateliê na cidade goiana de Caldas Novas, responsável por confeccionar faixas para um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No entanto, a corporação nega que tenha intimidado as duas pessoas que produziram o material.

A denúncia da intimidação revelada no último sábado (29) pela Folha de S. Paulo. Os envolvidos fizeram as faixas para serem usadas durante a visita de Bolsonaro na cidade para a inauguração de uma usina fotovoltaica.

Por meio de nota, a polícia informou nesta segunda-feira (31) que recebeu a denúncia que o material contra o presidente seria exposto na área interna do aeroporto de Caldas Novas, algo proibido pela segurança local. Com isso, os policiais foram até o ateliê para apurar o caso.

No local, a polícia orientou os manifestantes para não colocar o material na cabeceira da pista do aeroporto, “uma vez que poderia provocar grave acidente”.

A PM ainda afirmou que “não cerceou o direito à livre manifestação” durante a visita de Bolsonaro a Caldas Novas.

“A PM-GO reconhece e apoia o direito a livre manifestação, mas destaca a necessidade de obedecer aos protocolos de segurança estabelecidos para garantir a proteção de toda população”, informou.

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A manifestação contra Bolsonaro já tinha sido organizada pelas redes sociais. Um dos pontos abordados pelos manifestantes foi o questionamento sobre o depósito de Fabrício Queiroz de R$ 89 mil na conta da primeira dama, Michelle Bolsonaro.

De acordo com apuração da Folha, dois policiais teriam se dirigido até o ateliê onde as faixas contra o presidente foram feitas. Um dos PMs foi identificado como tenente Alexandre. Na sequência, os agentes obrigaram o dono do estabelecimento a entrar na viatura e ir à casa do pintor Salmeron de Oliveira, de 51 anos, responsável por fazer as faixas.

“Os policiais ficaram na porta da minha casa com giroflex ligado, tentando intimidar”, afirmou o pintor.

Somente após o pintor ser pressionado a ligar para o organizador do protesto, Andreazza Joseph Gomes, de 37 anos, é que os policiais foram embora. Na conversa pelo telefone, a polícia pediu o endereço de Joseph, mas não foi até o local.

Apesar do episódio, o material produzido pelos manifestantes foi exposto próximo do aeroporto de Caldas Novas e sem percalços.


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