A influenciadora digital e maquiadora Larissa Rosa, de Anápolis (GO), zombou das vagas exclusivas para autistas em um estacionamento de um shopping de Goiânia (GO), na terça-feira (14). O vídeo foi postado no Instagram, apenas para os “melhores amigos” de Larissa, no entanto, a gravação vazou e se tornou alvo de críticas. As informações são do G1.

“Gente, olha isso aqui. Agora tem vaga exclusiva para autista. Cara, o mundo está muito difícil. Quero saber quando vai ter vaga para gordo estressado”, diz Larissa rindo das vagas. No começo da gravação a mãe da influencer, Vânia Rosa, chega a repreender a filha.

“Você não vai fazer isso. Qual é o problema do autista?”, questionou Vânia . “Vou sim. Não tenho nenhum problema com autista. A vaga é tão colorida que achei que era para viado. Vaga para mim nunca tem”, respondeu a maquiadora.

Após a repercussão do vídeo, o delegado Joaquim Adorno, do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), informou que vai investigar o caso. Inicialmente, podem ser enquadrados no crime de discriminação de pessoa em razão de sua deficiência.

Pessoas com transtorno do espectro autista (TEA)  têm direito a vagas especiais em estacionamentos em todo o País, de acordo com a lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que definiu o autismo como uma deficiência, ampliando os seus direitos

Pedido de desculpas

Nesta quarta-feira (15), Larissa divulgou um pedido de desculpas nas redes sociais:

“Bom dia a todos.

Decidi vir, através dessa nota, pedir as mais sinceras desculpas pelos acontecimentos que estão repercutindo nas últimas horas. Me desesperei inicialmente com a repercussão da situação e com um bombardeio de mensagens revoltadas (com razão).

Agora, entendo que a forma que me senti com esse turbilhão ainda não chega perto do que muitas mães e outros grupos sentiram ao ouvir as palavras infelizes que pronunciei.

Refleti sobre toda a situação e quero me desculpar também por dizer se que tratou de uma brincadeira, feita exclusivamente em um grupo de melhores amigos com 18 pessoas. Isso também não justifica.

Minhas palavras não podem ser vistas como brincadeira e não deveriam ter sido ditas nem para mim mesma, imagine para um grupo de 18 pessoas. Acreditem, elas não me representam em nada.

Agradeço também às pessoas que, apesar de reprovarem a conduta e não terem nenhuma obrigação de me ensinarem nada, ainda tiraram um minuto do tempo delas para me enviar informações e materiais que me mostraram realidades diferentes das que eu já conheci.

Espero que essa infeliz situação um dia possa ser perdoada por quem se sentiu ofendido. Garanto também que, da minha parte, nunca mais vai se repetir.

Assim como anunciado ontem, permaneço à disposição no direct para me desculpar individualmente com quem estiver decepcionado e revoltado com minha atitude.”