Gloria Pires dividiu opiniões ao falar sobre o exame ginecológico Papanicolau, em entrevista ao programa “Na Palma da Mari”, da CNN, e levantou questionamentos sobre o fato de alguns procedimentos médicos ainda serem dolorosos para mulheres. A artista, de 62 anos de idade, ainda refletiu sobre o tema e afirmou que, em sua avaliação, a medicina não acompanhou a evolução necessária no que diz respeito aos cuidados com a saúde feminina.
“Hoje, em 2025, a gente ainda ter que passar por aquele tremendo desconforto que é o tal do exame Papanicolau? Aquilo tem fundamento? Numa era em que o povo está saindo do planeta, a gente ainda sofre com aquilo. É um negócio de tortura aquilo”, destacou.
Em comunicado enviado à IstoÉ Gente, o A.C.Camargo Cancer Center reforça a importância do teste como uma das principais estratégias de rastreamento e diagnóstico precoce de alterações no colo do útero, incluindo o câncer do colo do útero — atualmente o terceiro tipo mais comum entre mulheres no Brasil. Estimam-se cerca de 17 mil novos casos e aproximadamente 7 mil mortes por ano por câncer do colo do útero no país, apesar de se tratar de uma doença amplamente evitável por meio de medidas adequadas de prevenção.
Embora o exame possa ser percebido como desconfortável, ele desempenha papel central na detecção precoce de alterações que, quando identificadas em estágios iniciais, apresentam altas taxas de cura e reduzem a necessidade de tratamentos mais agressivos no futuro. “Observamos que a hesitação em relação à realização de exames ginecológicos e à vacinação contra o HPV pode impactar negativamente os esforços de prevenção do câncer do colo do útero. Informar a população com base em evidências científicas é essencial para que as mulheres possam tomar decisões conscientes sobre sua saúde”, afirma a médica oncologista Andrea Paiva Gadelha Guimarães, vice-líder do Centro de Referência em Tumores Ginecológicos do A.C.Camargo Cancer Center.
Evidências científicas demonstram que ações de prevenção e rastreamento tiveram impacto expressivo na redução da mortalidade por câncer. Um estudo do National Institutes of Health (NIH), publicado na JAMA Oncology, mostrou que, entre 1975 e 2020, estratégias de prevenção e rastreamento evitaram aproximadamente 4,75 milhões de mortes por cinco tipos de câncer: mama, colo do útero, colorretal, pulmão e próstata. No caso específico do câncer do colo do útero, a maior parte das mortes evitadas esteve associada ao uso do exame de Papanicolau, à testagem para HPV e à identificação e ao tratamento de lesões pré-cancerosas.
Assista à declaração de Gloria Pires abaixo:
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