Glória Maria, que morreu nesta quinta-feira (02), aos 73 anos de idade, vítima de um câncer, foi a primeira a utilizar a Lei Afonso Arinos, norma contra o racismo no Brasil, estabelecida em 1951, que tornava contravenção penal a discriminação racial.
Em 2019, a jornalista compartilhou em sua rede social que no ano de 1970 foi impedida pelo gerente de um hotel no Rio de Janeiro a entrar pela porta da frente do estabelecimento. Glória se orgulhava de ter sido a primeira pessoa a utilizar a lei em nosso país.
“Racismo é uma coisa que eu conheço, que eu vivi, desde sempre. E a gente vai aprendendo a se defender da maneira que pode. Eu tenho orgulho de ter sido a primeira pessoa no Brasil a usar a Lei Afonso Arinos, que punia o racismo, não como crime, mas como contravenção”, explicou ela na ocasião.
“Eu fui barrada em um hotel por um gerente que disse que negro não podia entrar, chamei a polícia, e levei esse gerente do hotel aos tribunais. Ele foi expulso do Brasil, mas ele se livrou da acusação pagando uma multa ridícula. Porque o racismo, para muita gente, não vale nada, né? Só para quem sofre”, finalizou a apresentadora.