No domingo, dia 27 de abril, a TV Globo estreia, após o ‘Fantástico’, a série documental “Gloria”, uma homenagem à trajetória da jornalista Glória Maria, falecida em fevereiro de 2023.
Com quatro episódios exibidos aos domingos, a produção integra as comemorações pelos 60 anos da emissora. Também revisita os 52 anos de carreira de Glória, destacando sua importância para a televisão brasileira.
Gloria conta com depoimentos de personalidades como Djavan, Maria Bethânia, Roberto Carlos, Pedro Bial, Mano Brown, Emicida, Maju Coutinho e Muniz Sodré, além das filhas de Glória, Maria e Laura. A produção aborda desde sua primeira transmissão ao vivo, em 1971, até suas reportagens em mais de 100 países, incluindo coberturas históricas como a Guerra das Malvinas e entrevistas com celebridades internacionais como Michael Jackson e Madonna.
A diretora Danielle França e o roteirista Paulo Sampaio destacam que a série busca mostrar Glória como uma fonte inesgotável de possibilidades. A produção também exalta suas conquistas, além de abordar críticas e desafios enfrentados ao longo da carreira. Um dos episódios será exibido no Dia das Mães.
A a série documental em homenagem a Glória Maria é uma produção do jornalismo da Globo e estará disponível também no Globoplay.
A brilhante carreira de Glória Maria
Considerada um dos maiores símbolos do jornalismo brasileiro, a jornalista Glória Maria nasceu em 15 de agosto de 1949, no Rio de Janeiro. Filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, estudou em colégios públicos e sempre se destacou. “Aprendi inglês, francês, latim e vencia todos os concursos de redação da escola”, lembrou, ao Memória Globo.
Glória também chegou a conciliar os estudos na faculdade de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) com o emprego de telefonista na Embratel.
Em 1970, foi levada por uma amiga para ser radioescuta da Globo no Rio. Em uma época sem internet, era ouvindo as frequências da polícia que se descobria o que acontecia na cidade. Fazer uma ronda por telefone, ligando para batalhões e delegacias, também era tarefa de um radioescuta.
Na Globo, tornou-se repórter em um período em que os jornalistas ainda não apareciam no vídeo. Sua estreia como repórter foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. “Quem me ensinou tudo — a segurar o microfone, a falar — foi o Orlando Moreira, o primeiro repórter cinematográfico com quem trabalhei.”
Glória Maria trabalhou no Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio — coube a ela a primeira reportagem do matinal local, há 40 anos, sobre a febre das corridas de rua.
No Jornal Nacional, foi a primeira repórter a aparecer ao vivo. Cobriu a posse de Jimmy Carter, em Washington, e, no Brasil, durante o período militar, entrevistou chefes de Estado, como o ex-presidente João Baptista Figueiredo.
A partir de 1986, a jornalista integrou a equipe do Fantástico, do qual foi apresentadora de 1998 a 2007. Ficou conhecida pelas matérias especiais, pelas viagens a lugares exóticos e por entrevistar celebridades como Michael Jackson, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo DiCaprio e Madonna.
Para o Fantástico, a jornalista viajou por mais de 100 países, passando pela Europa, África e parte do Oriente, quando mostrou um mundo novo ao telespectador.
Foi a repórter que entrou no ar ao vivo na primeira matéria a cores do Jornal Nacional, em 1977, mostrando o movimento de saída de carros do Rio de Janeiro em um fim de semana. Naquele dia, foram utilizados equipamentos portáteis de geração de imagens.
Após 10 anos no Fantástico, Glória Maria tirou dois anos de licença para se dedicar a projetos pessoais, como as viagens à Índia e à Nigéria, onde trabalhou como voluntária. Nesse período, adotou as meninas Maria e Laura e, ao retornar à Globo, em 2010, pediu para integrar a equipe do Globo Repórter.