A presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR), decidiu nesta terça-feira, 23, suspender a audiência pública com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, prevista para ocorrer a partir das 10 horas, após a sessão ordinária da comissão. Esta sessão ordinária se estendeu mais do que o previsto e os parlamentares também estavam preocupados em comparecer ao plenário do Congresso para votar a LDO de 2017.

A senadora explicou que, por ordem do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não só a sessão ordinária foi suspensa como também a extraordinária, como a que estava prevista para ouvir Goldfajn. Todas as comissões foram suspensas para que os parlamentares estivessem livres para comparecerem ao plenário do Congresso.

Perguntada pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), a senadora informou que não teria condições de realizar a audiência com o presidente do BC na próxima terça-feira, quando a CAE costuma se reunir, porque será às vésperas da votação do impeachment. Também haveria dificuldades, de acordo com ela, para que a audiência de Goldfajn fosse realizada no dia 6 de setembro.

“Gostaria que o presidente do BC fosse ouvido em uma sessão ordinária, mas as sessões andam muito efervescentes aqui na CAE”, disse. Questionada sobre a possibilidade de Goldfajn ser ouvido apenas na convocação do quarto trimestre, a presidente da CAE disse que esta seria uma hipótese, mas que teme ouvir reclamações de senadores pelo fato de Goldfajn não ter sido convocado a prestar os primeiros esclarecimentos.

Esta seria a primeira vez que o novo presidente do BC prestaria esclarecimentos à CAE. A última vez que esteve na comissão foi em 7 de junho, para passar pela sabatina dos parlamentares.

Goldfajn não chegou nem a sair do BC, conforme assessores afirmaram na CAE. Os técnicos estavam monitorando a sessão para dar o aviso no caso de o chamado do presidente ser iminente. Não foi preciso. Apesar disso, o guaraná zero de Goldfajn já estava na geladeira – durante a sabatina, ele bebeu refrigerante de cola – e alguns técnicos se renderam às máquinas de autoatendimento para reforçar o lanche, prevendo que poderiam ficar na CAE por mais horas.